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MANEJO DE REBANHO

Transição seca para chuva: Estratégias de manejo e nutrição que elevam a produtividade na pecuária

Descubra como técnicas específicas de suplementação e cuidados com o pasto podem mitigar perdas de peso no rebanho e otimizar o desempenho animal na retomada das águas
Para atenuar perdas de peso no rebanho, o aumento da suplementação durante a transição é uma alternativa viável, mas é importante lembrar que o desempenho dos animais não atinge seu pico, uma vez que o pasto ainda é a base da alimentação. Foto: Divulgação

A mudança da estação seca para o período chuvoso é um momento crucial para a pecuária, pois impõe desafios de manejo nutricional que podem afetar diretamente o desempenho dos animais. Neste cenário, um planejamento eficaz é indispensável para que os produtores consigam manter ou até mesmo melhorar a condição do rebanho, reduzindo os impactos do ganho de peso lento durante a seca. Segundo especialistas, como o zootecnista, Bruno Marson, uma das estratégias mais recomendadas para a transição inclui a atenção ao rebroto das plantas e a suplementação adequada.

“Durante a seca, o capim não cresce por falta de chuva e luz solar, além de temperaturas baixas em várias regiões do Brasil. Com a chegada das chuvas, as plantas rebrotam rapidamente, mas pastos desgastados pela seca precisam de cuidados para não comprometer a rebrota”, alerta Marson.

Uma característica do rebroto é que suas folhas, altamente digestíveis, passam com rapidez pelo sistema digestivo dos animais, podendo causar diarreia e afetar o desempenho do rebanho. Como solução, Marson sugere aumentar a suplementação, ou mesmo oferecer volumoso adicional, conforme necessário. Em regiões onde o pasto tem uma camada densa de folhas secas, ele adverte sobre o risco de acúmulo de matéria orgânica no solo, o que favorece pragas e fungos prejudiciais.

“Quando as chuvas realmente começarem, o produtor deve rebaixar a macega e aumentar a taxa de lotação. Uma boa prática é concentrar o rebanho em pastos com mais oferta de forragem, enquanto outros descansam para rebrotação”, explica Marson.

A importância da altura ideal para rebrotação

As diferentes espécies forrageiras requerem atenção especial quanto à altura de corte para rebrotação eficiente. Para brachiarias, a altura ideal de rebaixamento é entre 10 e 15 centímetros, enquanto para panicuns, recomenda-se de 30 a 40 centímetros. Marson, observa que, ao realizar o rebaixamento nos pastos de panicuns, é possível garantir vigor à planta e, assim, sustentar uma alta lotação com estrutura adequada durante o período chuvoso.

“A estrutura do pasto na transição seca-chuva é essencial para que a pastagem se mantenha saudável, sem ser excessivamente rapada nem sobrecarregada com folhas caídas”, reforça Marson.

Suplementação nutricional planejada para desempenho

Para atenuar perdas de peso no rebanho, o aumento da suplementação durante a transição é uma alternativa viável, mas é importante lembrar que o desempenho dos animais não atinge seu pico, uma vez que o pasto ainda é a base da alimentação. A nutrição representa de 40% a 60% dos custos de uma propriedade pecuária, então, optar por suplementos de qualidade e procedência certificada é um diferencial que impacta diretamente nos resultados dos produtores.

“A suplementação é essencial, mas é preciso que seja gradativa. Para animais em fase de crescimento ou terminação, misturar o suplemento de seca com o de águas por uma semana é o ideal, facilitando a adaptação do rebanho e preservando o espaçamento de cochos necessário para atender todos os animais”, recomenda o zootecnista.

Além disso, Marson, destaca o valor do suplemento aditivado, que melhora a fermentação ruminal e potencializa o aproveitamento das pastagens verdes. Esse tipo de suplementação proporciona mais energia ao rebanho e melhora o desempenho dos animais, garantindo que eles extraiam o máximo da pastagem.

Com essas orientações, a transição entre estações deixa de ser um desafio e se torna uma oportunidade para que o produtor obtenha o melhor desempenho possível de seu rebanho, enquanto preserva a saúde do pasto e maximiza o uso dos recursos disponíveis.

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