O período de estação de monta é um dos momentos mais cruciais para os pecuaristas, pois determina o sucesso reprodutivo do rebanho e o potencial de ganho de peso dos bezerros. Um fator determinante para esse sucesso é o escore corporal das vacas, que deve ser monitorado e mantido com atenção redobrada ao longo do ano. Segundo especialistas, estratégias como suplementação mineral aditivada e planejamento reprodutivo são indispensáveis para resultados eficientes.
Manter as vacas com escore corporal adequado – entre 3 e 4, em uma escala de 1 a 5 – é essencial para otimizar a estação de monta. Esse índice reflete a condição física do animal e influencia diretamente a taxa de desmame e o peso dos bezerros. O zootecnista Bruno Marson, destaca que vacas com escore abaixo do ideal tendem a emprenhar tardiamente, o que impacta negativamente o desempenho dos bezerros.
“Uma vaca que emprenha no início da estação, quando os pastos estão verdes e nutritivos, gera bezerros mais saudáveis e com maior potencial de ganho de peso. Por outro lado, animais que concebem no final da estação, quando a qualidade do pasto já está comprometida, tendem a desmamar bezerros mais leves, reduzindo o retorno econômico para o produtor”, explica Marson.
Estratégias para otimizar a estação de monta
Para alcançar um escore corporal satisfatório, é fundamental adotar práticas de manejo consistentes. Durante a seca, suplementar vacas com mineral aditivado ou proteinado pode fazer a diferença. Em anos de estiagem prolongada, direcionar o uso de proteinado para as vacas mais magras é uma solução eficiente.
Marson recomenda ainda o uso de suplementos específicos, como o Fertitec, que potencializa o ganho de peso e aumenta a taxa de prenhez no início da estação. “Esse tipo de suplementação ajusta a fermentação no rúmen, promovendo mais energia e permitindo que as vacas entrem na estação com melhor condição corporal”, destaca o especialista.
Calendarização: Uma estratégia que transforma o rebanho
A definição de um calendário reprodutivo é outro ponto crucial para o sucesso da estação de monta. Marson, ressalta que a falta de planejamento pode gerar perdas significativas para os produtores. “Quando não há uma estação de monta definida, os bezerros nascem em períodos diferentes, dificultando o manejo e resultando em uma perda de até 30 quilos por bezerro. A calendarização permite sincronizar o ciclo reprodutivo com a melhor disponibilidade de recursos e facilita a gestão da fazenda”, afirma.
Além disso, a prática possibilita maior controle sobre os índices produtivos e zootécnicos, otimiza o uso da equipe de manejo e favorece investimentos em genética, como a compra de sêmen de qualidade para inseminação artificial em tempo fixo (IATF).
Cuidados com os touros: Um elo essencial no processo
Embora a inseminação artificial seja amplamente utilizada, a monta natural ainda desempenha um papel importante no ciclo reprodutivo. Por isso, a saúde e o desempenho dos touros também devem ser monitorados de perto.
“O exame andrológico antes da estação de monta é indispensável para garantir a qualidade do sêmen. Um touro bem nutrido tem maior capacidade de cobrir as vacas e gerar espermatozoides viáveis, maximizando as chances de prenhez. Assim como as vacas, os touros também precisam de suplementação ao longo do ano, especialmente na seca, para manter seu desempenho reprodutivo”, alerta Marson.
Com planejamento adequado, nutrição balanceada e manejo estratégico, o produtor pode aumentar significativamente a produtividade do rebanho. Vacas bem cuidadas e touros em condições ideais resultam em bezerros mais pesados, maior taxa de desmame e maior retorno econômico.
Essa abordagem integrada não apenas potencializa os resultados da estação de monta, mas também transforma a gestão da propriedade, promovendo sustentabilidade e maior competitividade no mercado.