O atual cenário da pecuária brasileira ainda exige atenção dos produtores, visto que indicadores recentes apontam para uma recuperação plena do setor apenas em 2025. No entanto, medidas estratégicas já estão sendo implementadas para aumentar a produtividade e os lucros, com a genética desempenhando um papel crucial. Segundo Manoel Sá Filho, gerente de corte na multinacional de melhoramento genético, “a genética possibilita a melhoria do desempenho dos animais, fazendo com que eles expressem suas melhores características em todas as fases, desde a desmama até o abate”.
O melhoramento genético visa dotar os rebanhos de características produtivas positivas, através de técnicas que interferem no processo reprodutivo, garantindo que as gerações futuras herdem essas qualidades. Aspectos como fertilidade, habilidade materna e crescimento são diretamente influenciados pela genética. “A precocidade sexual das novilhas, que permite uma produção antecipada de bezerros, é um dos fatores que exemplificam o impacto positivo da genética”, destaca Sá Filho.
Definir objetivos de seleção é um dos primeiros passos para o melhoramento genético bovino, alinhando-os com o retorno econômico desejado pelo produtor. Em seguida, é essencial estabelecer critérios de seleção, que são as características desejadas para alcançar as metas de produtividade.
A genética tem um impacto direto no ganho por área, o que se traduz em maior produtividade por metragem e, consequentemente, na redução de custos. “Um animal que apresenta baixo desempenho consome os mesmos recursos administrativos que um animal de alto desempenho, evidenciando a importância do melhoramento genético para diluição dos custos de manutenção”, ressalta Sá Filho.
Para que o melhoramento genético atinja seu potencial máximo, práticas de nutrição e sanidade são imprescindíveis. “Se esses dois aspectos forem seguidos rigorosamente, não há dúvida de que o animal conseguirá expressar todo o seu potencial e desempenhar de forma otimizada”, conclui Sá Filho.
Crescimento da genética na pecuária nacional
Dados recentes da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) mostram um crescimento significativo no uso da inseminação artificial no Brasil, com um aumento de 67% nas inseminações nos últimos quatro anos. Atualmente, 83% dos municípios brasileiros adotam essa técnica para aprimorar a genética de seus rebanhos.
Os benefícios do melhoramento genético são evidentes: melhores índices de ganho de peso, redução nos custos de produção, otimização dos recursos da propriedade, aumento dos lucros e carne de melhor qualidade para o consumidor final. Esses fatores explicam o crescimento constante do uso de genética na pecuária, destacando-se como uma solução eficiente para os desafios atuais do setor.
A genética não só melhora o desempenho individual dos animais, mas também contribui para a sustentabilidade e eficiência da produção pecuária. Com a recuperação completa do ciclo pecuário prevista para 2025, a adoção de tecnologias genéticas promete ser um pilar fundamental para o fortalecimento e avanço do setor no Brasil.