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PRAGAS NO SOLO

Nematoides: Os Vilões Subterrâneos da Agricultura Brasileira

Microrganismos causam prejuízos de bilhões aos produtores e desafiam soluções genéticas

Você já ouviu falar em nematoides? Esses bichinhos, que mais parecem saídos de um filme de terror, estão dando dor de cabeça aos agricultores brasileiros, principalmente nos campos de soja nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Triângulo Mineiro e regiões do Norte e Nordeste do país. Eles são vermes parasitas que têm um apetite voraz por nutrientes, prejudicando o crescimento das plantas e o desenvolvimento dos grãos. O resultado? Prejuízos gigantescos estimados em cerca de R$ 35 bilhões por ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN).

Ataque subterrâneo

Os sintomas da presença desses microrganismos são traiçoeiros: folhas amareladas e um crescimento decepcionante das plantas. Mas o estrago vai muito além do visual. A cultura mais afetada é a soja, que sozinha responde por metade das perdas, somando aproximadamente R$ 16 bilhões. É um soco no estômago dos agricultores que dependem dessa lavoura.

Variedades que desafiam a agricultura

Rosangela Silva, pesquisadora na Fundação Mato Grosso (Fundação MT), explica que, além do temido nematoide do cisto da soja, que é o mais famoso e frequente, outras raças desse verme têm crescido nas vastas plantações de soja. E não é só isso, o nematoide reniforme também está à solta, atacando diversas espécies de plantas, inclusive o algodoeiro.

“Isso ainda é um problema que pesa muito nos resultados da agricultura, diminuindo a produtividade das lavouras e causando prejuízos aos produtores, a ponto de tornar a safra inviável”, alerta Rosangela. Ela aconselha os agricultores a ficarem atentos aos primeiros sinais, identificarem a espécie e, se for o caso, a raça do nematoide de cisto, para que possam traçar um plano de ação para conviver com esses invasores subterrâneos e evitar perdas futuras.

Soluções no horizonte agrícola

Apesar do desafio, o mercado não está de braços cruzados. Existem soluções para tornar as raízes das plantas menos vulneráveis ao ataque desses vermes, o que já ajuda no controle da situação. Além disso, a pesquisa genética desempenha um papel vital na garantia de lavouras produtivas, por meio do desenvolvimento de variedades resistentes.

Eduardo Kawakami, head de uma empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho, destaca a importância do investimento em pesquisa genética. “O uso de estratégias de pesquisa para o desenvolvimento de cultivares resistentes é cada vez mais necessário para reduzir os prejuízos aos produtores. Isso permite safras mais produtivas, seguras e sustentáveis, desde que o agricultor siga as recomendações de plantio e manejo”, enfatiza Kawakami.

Em resumo, os nematoides podem ser um desafio para a agricultura brasileira, mas a ciência e a inovação estão entrando em campo para enfrentar esses vilões subterrâneos e proteger a colheita e o bolso dos agricultores.

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