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PISCICULTURA SUSTENTÁVEL

Rastreabilidade e certificação impulsionam piscicultura brasileira rumo à sustentabilidade

Rastreabilidade e certificação impulsionam piscicultura brasileira rumo à sustentabilidade
A exigência por rastreabilidade também impacta a exportação. Muitos mercados internacionais impõem regras rigorosas quanto à origem dos produtos, exigindo documentação detalhada sobre todo o ciclo produtivo.. Foto: Divulgação.

A piscicultura, uma das atividades mais dinâmicas do setor agropecuário brasileiro, passa por uma transformação significativa impulsionada pela rastreabilidade e certificação. A exigência por produtos de qualidade, seguros e sustentáveis vem crescendo, fazendo com que a adoção de selos e sistemas de monitoramento seja essencial para os produtores que desejam se manter competitivos.

A certificação, seja ambiental, orgânica ou de boas práticas de manejo, assegura que a produção de pescados segue padrões rigorosos de qualidade e sustentabilidade. Selos como a ISO 14001, que estabelece normas para a gestão ambiental, e a certificação de produção orgânica, que atesta a ausência de produtos químicos prejudiciais, são algumas das credenciações mais buscadas pelos produtores.

Para o piscicultor José Miguel Saud Morheb, especialista na criação de peixes nativos em Itapuã do Oeste (RO), a certificação é um diferencial competitivo essencial. “O consumidor moderno quer mais do que apenas um produto de qualidade. Ele busca peixes que foram criados seguindo critérios ambientais e sociais responsáveis. A certificação garante essa segurança e amplia as oportunidades de mercado”, explica.

Se a certificação assegura padrões de produção, a rastreabilidade complementa esse processo ao permitir que cada etapa da cadeia produtiva seja monitorada. Desde o cultivo até a prateleira dos supermercados, a rastreabilidade garante que o consumidor tenha acesso a informações detalhadas sobre a origem do pescado, as condições de criação e os procedimentos adotados.

“A rastreabilidade vai além da certificação. Ela permite um controle total sobre a origem do pescado e combate práticas prejudiciais, como a pesca predatória e o uso abusivo de antibóticos”, destaca Morheb. Segundo ele, a implementação desse sistema no Brasil ainda enfrenta desafios, mas avança com o uso de tecnologias como geolocalização, etiquetas digitais e bancos de dados integrados.

A exigência por rastreabilidade também impacta a exportação. Muitos mercados internacionais impõem regras rigorosas quanto à origem dos produtos, exigindo documentação detalhada sobre todo o ciclo produtivo. “Países europeus e os Estados Unidos, por exemplo, dão preferência a pescados rastreados e certificados. Isso significa que, para competir globalmente, o Brasil precisa investir fortemente nessas práticas”, explica o piscicultor.

Os desafios, no entanto, são proporcionais às oportunidades. Segundo Morheb, muitos produtores ainda encaram a certificação e a rastreabilidade como custos adicionais, mas a realidade mostra que são investimentos estratégicos. “Quem não se adaptar, corre o risco de ficar para trás. Com a crescente valorização da sustentabilidade e da segurança alimentar, esses fatores vão definir quem prospera no setor”, alerta.

Diante desse cenário, a piscicultura brasileira precisa se adaptar rapidamente às exigências globais. A certificação e a rastreabilidade não são apenas questões regulatórias, mas ferramentas estratégicas para agregar valor ao produto, ampliar a confiança do consumidor e garantir a expansão sustentável do setor.

“O futuro da piscicultura passa por mais transparência e responsabilidade. A certificação e a rastreabilidade não são apenas tendências, são necessidades para garantir a segurança alimentar e fortalecer a confiança do consumidor”, conclui Morheb.

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