A produção de trigo no Brasil para a safra 2025/26 deve atingir 10 milhões de toneladas, um aumento de 29,9% em relação ao ciclo anterior, conforme projeções da consultoria Safras & Mercado. Apesar da expectativa positiva, o cultivo do cereal segue vulnerável às variações climáticas, o que pode impactar a produtividade em diferentes regiões do país.
No Sul do Brasil, região responsável pela maior parte da produção nacional, agricultores vêm investindo em estratégias para mitigar os efeitos da estiagem. Em Rolândia (PR), o agrônomo e produtor rural Miguel Abrão obteve um rendimento de 58 sacas por hectare mesmo diante de um período prolongado de seca. Ele atribui os bons resultados ao uso de fertilizantes minerais, que têm ajudado na manutenção da produtividade.
“Mesmo enfrentando um longo período de estiagem, sem chuvas normais, o resultado foi surpreendente, onde colhemos 58 sacas/ha. Também sou agrônomo, me formei há quase 50 anos e tenho observado nos últimos anos que essas tecnologias têm permitido ao agricultor crescer muito em produtividade”, afirma Abrão.
Uso de nutrientes impulsiona produtividade
Estudos indicam que a correta nutrição do solo é fundamental para o crescimento das culturas e a eficiência da absorção de água e nutrientes, tornando as plantas mais resistentes a condições adversas. O fornecimento equilibrado de cálcio, enxofre e boro, por exemplo, auxilia no desenvolvimento radicular e na sanidade das plantas, impactando diretamente na qualidade dos grãos.
A agrônoma Isabelle Vilarino destaca a importância do enxofre para a melhoria da qualidade proteica do trigo. “O enxofre ajuda a aumentar o teor de proteínas no grão, resultando em uma melhor qualidade nutricional, além de auxiliar na maior sanidade e resistência da planta. O boro tem papel essencial na formação das flores e no desenvolvimento dos grãos, reduzindo o abortamento. Já o cálcio, combinado ao boro, promove o crescimento radicular, melhorando a absorção de nutrientes e água”, explica a especialista.
Resultados positivos no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, produtores também observaram ganhos expressivos na produtividade do trigo. Em uma propriedade localizada em Campo Novo (RS), a média de colheita que antes era de 69 sacas por hectare saltou para 78,8 sacas/ha após a adoção de um manejo nutricional mais equilibrado. A lavoura apresentava deficiências de potássio, cálcio, enxofre e boro, além da necessidade de redução da salinidade do solo.
Para corrigir essas limitações e aumentar a qualidade dos grãos, o agricultor utilizou um fertilizante mineral misto com baixo teor de cloro e pH neutro, aplicado em uma dosagem de 150 kg por hectare cinco dias após o plantio.
Nutrição do solo como estratégia para produtividade
Os fertilizantes minerais são aliados estratégicos na otimização da produção agrícola, pois garantem a reposição de nutrientes essenciais removidos durante a colheita. Essa abordagem é fundamental para evitar a exaustão do solo e manter os rendimentos elevados ao longo das safras.
Para especialistas do setor, um manejo nutricional adequado é a chave para garantir a resiliência da produção de trigo diante das mudanças climáticas, possibilitando colheitas mais robustas e sustentáveis. Com previsões otimistas para 2025/26, a adoção de técnicas inovadoras e eficientes segue como um diferencial competitivo para os produtores brasileiros.