O governo brasileiro recebeu com entusiasmo a decisão do governo russo de renovar as quotas de importação de carne bovina e de aves, marcando uma nova fase nas relações comerciais entre os dois países. A medida, que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024, traz perspectivas promissoras para o mercado agrícola brasileiro.
O anúncio das quotas, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia através do Decreto da Federação da Rússia 2129/2023, contempla a importação de 570 mil toneladas de carne bovina, com uma redução significativa nas tarifas de 50% para 15%, e 364 mil toneladas de carne de aves com tarifa zero.
Juntamente com essa decisão, a União Econômica Eurasiática (UEEA) estabeleceu quotas adicionais de 124,5 mil toneladas de carne bovina, exclusivamente para processamento, com tarifa zero. Dessas, 100 mil toneladas são destinadas ao mercado russo, enquanto o restante é distribuído entre os países membros da UEEA: Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão. Essas novas diretrizes, que estarão em vigor de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2024, sinalizam um horizonte favorável para o comércio agropecuário brasileiro.
As exportações brasileiras de carne bovina e carne de aves para a Rússia tiveram um crescimento significativo nos últimos anos. Em 2022, atingiram a marca de US$ 278 milhões, representando 15,4% do total de exportações brasileiras para o país. No período entre janeiro e outubro de 2023, o fluxo comercial já atingiu US$ 250 milhões, alcançando 22,2% do total das exportações brasileiras para a Rússia.
Para além das quotas já estabelecidas, estão em discussão medidas adicionais de interesse para o agronegócio brasileiro. A possibilidade de instituir uma quota para importação de 1,2 bilhão de unidades de ovos, com tarifa zero, para o primeiro semestre de 2024, está sendo avaliada pela Rússia. Contudo, a tarifa de importação de ovos na União Econômica Eurasiática pode chegar a 15%.
O governo brasileiro reforça o compromisso em fortalecer as relações comerciais com a Rússia e a UEEA, visando ampliar o acesso dos produtos agrícolas brasileiros a esses mercados. Essa abertura renovada e as perspectivas positivas para o futuro do comércio agropecuário evidenciam novas oportunidades para o crescimento do setor no Brasil.
Com informações do Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia e dados do comércio bilateral entre Brasil e Rússia.