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CONSUMO DE CARNE OVINA

O que influencia o consumo de carne ovina no Brasil? Estudo analisa desafios e oportunidades

Pesquisa revela hábitos alimentares, barreiras culturais e fatores econômicos que impactam a popularização da carne de cordeiro no país
Atualmente, o consumo per capita de carne ovina no Brasil é estimado em apenas 1 kg por ano, um volume muito inferior ao da carne bovina, que chega a 36 kg per capita. Foto: Divulgação.

O consumo de carne ovina no Brasil ainda é reduzido, mas um estudo conduzido pelo programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) busca compreender melhor os fatores que influenciam esse mercado. A pesquisa analisa as preferências, percepção de qualidade, valor nutricional, formas de aquisição e a frequência com que os brasileiros consomem carne de cordeiro, com o objetivo de fornecer dados para o desenvolvimento da cadeia produtiva.

Coordenado pela professora Dra. Marilice Zundt Astolphi, o estudo visa preencher lacunas sobre o comportamento do consumidor e os fatores que impactam suas decisões de compra. “Nosso objetivo é identificar as principais barreiras e oportunidades para ampliar o consumo da carne ovina, analisando questões como preço, disponibilidade e experiências sensoriais”, explica a pesquisadora.

A pesquisa, estruturada por meio de um questionário online com 28 perguntas fechadas, abrange aspectos demográficos, como idade, gênero, escolaridade e renda, além de questões específicas sobre o consumo da carne ovina. Entre os pontos analisados estão a frequência de consumo, preferências de preparo, locais de compra, percepção sobre qualidade, sabor, maciez, suculência, gordura, segurança alimentar e preço.

Panorama do consumo no Brasil

Atualmente, o consumo per capita de carne ovina no Brasil é estimado em apenas 1 kg por ano, um volume muito inferior ao da carne bovina, que chega a 36 kg per capita. Além disso, pesquisas apontam que 12% da população nunca experimentou carne ovina, enquanto uma parcela significativa relata experiências sensoriais negativas, como sabor ou odor desagradável.

O estudo também avalia as diferenças regionais no consumo. Fatores culturais e econômicos influenciam diretamente os hábitos alimentares, e a pesquisa busca mapear as regiões onde o consumo é mais frequente, onde há maior desconhecimento do produto e quais locais apresentam maior potencial de crescimento no mercado. “As informações coletadas nos ajudarão a entender melhor a dinâmica do mercado e a estruturar estratégias regionais para fortalecimento da cadeia produtiva”, afirma a professora.

Fatores que limitam o consumo

O preço elevado em relação a outras carnes, a baixa disponibilidade do produto nos supermercados, o desconhecimento sobre formas de preparo e valor nutricional, além de experiências sensoriais negativas, são apontados como os principais fatores que limitam o consumo da carne ovina no Brasil. O estudo pretende quantificar o impacto de cada um desses fatores e indicar estratégias para superá-los.

Resultados preliminares

Com cerca de 700 respostas analisadas até o momento, a pesquisa indica um potencial de crescimento para o consumo da carne ovina no Brasil. Muitos entrevistados que consomem pouco ou nunca consumiram carne de cordeiro demonstraram interesse em experimentar, especialmente se houver maior oferta e informação acessível sobre o produto.

Além disso, observa-se uma tendência crescente de valorização dos aspectos nutricionais e da procedência dos alimentos. Essa mudança de comportamento pode beneficiar a carne ovina, desde que o setor produtivo invista em estratégias adequadas para ampliar sua aceitação no mercado.

Impactos para a cadeia produtiva

Com base nos resultados, espera-se estimular a formalização do mercado, adaptar produtos às preferências regionais, investir em estratégias de comunicação nutricional e embasar propostas de políticas públicas que fortaleçam o setor. “Os dados coletados darão subsídios para direcionar melhor as estratégias da cadeia produtiva e incentivar um mercado mais estruturado e acessível ao consumidor brasileiro”, finaliza Dra. Marilice.

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