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LOGISTICA NO AGRO

Movimentação de grãos pelo modal hidroviário tem salto superior a 780% em 13 anos

Dados revelam expansão significativa do modal hidroviário na logística de grãos, impulsionando a competitividade e a sustentabilidade no setor agropecuário brasileiro
O modal hidroviário oferece uma alternativa economicamente viável para o transporte de grandes volumes de grãos, contribuindo para a redução dos custos logísticos e promovendo uma logística mais sustentável ao diminuir a quantidade de caminhões nas estradas. Foto: Divulgação.

A movimentação de grãos pelo modal hidroviário no Brasil atingiu um marco impressionante nos últimos anos, registrando um salto de mais de 780% em apenas uma década, de acordo com dados revelados pelo recém-lançado Anuário Agrologístico 2024 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume de soja e milho transportado por via fluvial aumentou significativamente, passando de 3,4 milhões de toneladas em 2010 para impressionantes 30 milhões de toneladas em 2023.

Esse crescimento vertiginoso, que representa uma mudança fundamental no panorama logístico do país, reflete não apenas uma maior eficiência operacional, mas também uma expansão estratégica dos portos do Arco Norte como pontos-chave no escoamento de grãos. Segundo Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab, esse avanço é resultado direto do desenvolvimento contínuo do setor, impulsionado por marcos regulatórios como a Lei dos Portos de 2013.

Um dos fatores fundamentais por trás desse aumento exponencial é a implementação de investimentos em infraestrutura, que, embora muitas vezes não sejam imediatamente perceptíveis, desempenham um papel crucial na expansão e na modernização das instalações portuárias. Segundo dados da Infra S.A., os pedidos de autorização para instalações portuárias privadas dispararam após a promulgação da Lei dos Portos, refletindo um ambiente propício para o crescimento do setor.

Além disso, o modal hidroviário oferece uma alternativa economicamente viável para o transporte de grandes volumes de grãos, contribuindo para a redução dos custos logísticos e promovendo uma logística mais sustentável ao diminuir a quantidade de caminhões nas estradas. Como ressalta Silvio Farnese, diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas do Ministério da Agricultura e Pecuária, essa abordagem não apenas beneficia os produtores, mas também reduz o impacto ambiental ao minimizar as emissões de gases de efeito estufa.

Apesar dos avanços significativos, a movimentação de grãos pelo modal hidroviário ainda enfrenta desafios importantes. Para Thomé Guth, é crucial continuar investindo na melhoria da infraestrutura e na integração entre os diferentes modais de transporte, garantindo a eficiência e a competitividade do setor agrícola brasileiro no mercado internacional.

A ampliação do uso de ferrovias também desempenha um papel essencial nesse cenário, oferecendo novas opções logísticas para os produtores e proporcionando uma distribuição mais equilibrada da carga de transporte. No entanto, é importante destacar que essa expansão não significa a substituição dos caminhões, mas sim uma integração inteligente que visa otimizar os recursos disponíveis e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores do setor.

Em suma, o crescimento impressionante da movimentação de grãos pelo modal hidroviário representa não apenas um avanço logístico, mas também um testemunho do potencial de desenvolvimento do setor agrícola brasileiro. Com investimentos contínuos em infraestrutura e uma abordagem integrada entre os diferentes modais de transporte, o país está preparado para consolidar sua posição como um dos principais players no mercado global de commodities agrícolas.

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