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EDUCAÇÃO RURAL

Crise silenciosa nas escolas brasileiras 75% das instituições em áreas rurais sofrem com falta de água potável

Professores liberam alunos para buscar água em casa e recorrem a doações da comunidade para contornar o desafio; Startups buscam soluções práticas para um problema que afeta mais de 1,2 milhão de estudantes
Comunidade do Quixadá vive sem água encanada. Foto: Divulgação

Em um alerta educacional, dados do Censo Escolar divulgados recentemente pelo INEP revelam que mais de 7 mil escolas no Brasil enfrentam a crise da falta de água potável, impactando diretamente 1,2 milhão de estudantes. O cenário se agrava nas áreas rurais, onde 75% dessas instituições estão localizadas, obrigando professores a liberar alunos para buscar água em casa ou depender de doações da comunidade.

Na remota região de Bom Fim, no povoado quilombola de Cametá, Pará, a situação é exemplar. Alunos da rede municipal de ensino voltam para casa para matar a sede, enquanto professores improvisam com garrafinhas doadas para suprir as torneiras secas. A instituição local possui um poço seco, sem utilização, e outras escolas na região contam apenas com água encanada sem tratamento adequado.

Fernando Silva, CEO devstartup especializada em filtragem e purificação de água, destaca a urgência de soluções práticas para esse desafio. O projeto “Água Boa nas Escolas” busca levar água pura e acessibilidade a milhares de crianças, visando não apenas a questão educacional, mas também combatendo problemas de desnutrição e evasão escolar.

No Pará, mais de 198 mil alunos enfrentam a escassez hídrica nas escolas, e estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo também não escapam do problema, contabilizando dezenas de milhares de estudantes afetados. A situação é mais crítica nas escolas rurais, naturalmente prejudicadas pela distância dos grandes centros, sendo que quase cem mil alunos consomem água diretamente dos rios, sem qualquer tratamento.

Além da falta de água, o Censo Escolar evidenciou que mais de 90 mil alunos estudam em escolas sem energia elétrica, sendo 93% destas no campo. Fernando Silva, enfatiza que não são apenas as escolas do campo que precisam de atenção, mas as comunidades como um todo. A falta de itens vitais, como água, alimentação e energia elétrica, impacta negativamente no desenvolvimento dessas regiões, ressaltando a necessidade de mais infraestrutura para sustentar o potencial dessas áreas como importantes pilares do país.

Segundo o Censo, o número de alunos em escolas sem água potável aumentou significativamente de 2022 para 2023, evidenciando a gravidade do problema. O envolvimento de startups e iniciativas como o “Água Boa nas Escolas” destaca a importância de ações práticas para reverter essa crise silenciosa que afeta não apenas a educação, mas a saúde e o desenvolvimento dessas comunidades.

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