O sistema de produção superadensado para Café Conilon está se tornando cada vez mais comum entre os agricultores, especialmente em áreas de tamanho reduzido, dificuldade de mecanização ou com alto valor da terra. Nesse sistema, o café é plantado em espaçamentos inferiores a 2,0 metros entre as linhas de plantio e até no máximo 1,0 metro entre as plantas, sendo conduzido geralmente com uma única haste, é o que explica o especialista agronômico, Igor Lapa.
Segundo o especialista agronômico, esse método de produção está ganhando espaço devido aos impressionantes resultados em produtividade. As primeiras colheitas apresentam rendimentos superiores a 180 sacas por hectare, chegando, em alguns casos, a ultrapassar 220 sacas por hectare. Esses valores são praticamente o dobro das melhores médias das principais regiões produtoras de café conilon. “Vale ressaltar que as médias de produtividade em áreas de sequeiro ficam em torno de 40 sacas por hectare, enquanto áreas irrigadas bem conduzidas geralmente alcançam de 100 a 120 sacas por hectare”, afirma Igor Lapa, especialista agronômico.
Para o especialista em produção de café, embora seja mais comum encontrar esse sistema em áreas menores, alguns produtores de grandes extensões de terra também estão adotando essa nova abordagem. Por ser uma prática relativamente nova, ainda há perguntas e desafios a serem enfrentados, principalmente em relação à longevidade da lavoura, aspecto que só poderá ser validado ao longo dos anos.
Ele ainda fala sobre os desafios, nesse tipo de sistema, a mecanização é limitada. Geralmente, após um determinado número de linhas de plantio, é deixado um corredor para a passagem de máquinas e pulverização convencional. Além disso, para uma condução adequada do café superadensado, é necessário utilizar a irrigação por gotejamento, que fornece água e nutrientes necessários à lavoura, além de permitir a aplicação de defensivos via sistema de irrigação.
Sobre o tipo de irrigação, segundo o especialista agronômico, a por gotejamento é essencial nesse sistema de produção, garantindo uma melhor taxa de pegamento das mudas e evitando prejuízos com replantio. Após o estabelecimento da cultura, todo o fornecimento de água e nutrientes é feito por meio do gotejamento. Como a irrigação é localizada, o efeito de cobertura total da parte aérea das plantas não causa problemas para o sistema.
Mesmo com todos os desafios, para ele os produtores ainda veem esse tipo de sistema com bons olhos. “Apesar das questões a serem respondidas, os produtores depositam sua confiança nesse novo sistema de produção, que tem o potencial de quebrar paradigmas na cafeicultura irrigada. A presença de novas tecnologias, como a irrigação por gotejamento, é fundamental para garantir o sucesso dessa prática inovadora” Igor Lapa, especialista agronômico.