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POLÍTICAS AGRÍCOLAS

PRODUTORES TÊM PRAZO ATÉ SEXTA PARA ANTECIPAR ENTREGA DE ARROZ À CONAB

Safra 2025 avança em regiões estratégicas e governo oferece alternativa para proteger renda do produtor diante da queda nos preços do arroz
Comercialização antecipada garante remuneração mínima ao produtor mesmo com queda nos preços. Foto: Divulgação.

Os produtores rurais que adquiriram lotes nos leilões do Contrato de Opção de Venda (COV) de arroz têm até sexta-feira, dia 25, para exercer o direito de vender antecipadamente o grão à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A medida integra a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e tem como principal objetivo assegurar renda aos agricultores em um cenário de recuo nos preços do cereal, influenciado pelo avanço da colheita e pelo aumento da oferta global.

A operação é viabilizada por meio das Bolsas de Mercadorias que participaram dos três leilões realizados em dezembro do ano passado. No total, foram negociados 3.396 contratos, correspondentes a aproximadamente 91,7 mil toneladas de arroz. Segundo dados da Conab, a antecipação da venda está liberada inicialmente para produtores e cooperativas localizadas na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, no Paraná, em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais — regiões onde, segundo a estatal, as lavouras já estarão colhidas ao fim de abril.

“Com o avanço da safra nessas regiões, é possível agilizar a entrega física do produto ao governo, o que permite ao produtor se planejar financeiramente diante da queda nos preços de mercado”, explica um técnico da Conab que acompanha a execução dos contratos. A decisão de antecipar o exercício do COV deve ser formalizada pelos produtores junto às corretoras que os representaram nos leilões.

A iniciativa, apesar de estratégica, implica em um desconto no valor pago por saca. Isso ocorre devido à diferença nos custos logísticos e financeiros envolvidos no carregamento antecipado. Ainda assim, os valores seguem mais atrativos do que os praticados atualmente no mercado. Um exemplo é o caso do Rio Grande do Sul: produtores que optarem pela entrega do arroz à Conab no início de maio receberão R$ 81,26 por saca de 50 quilos, enquanto o valor médio de mercado gira em torno de R$ 76,38 pela mesma quantidade.

A ferramenta de Contrato de Opção é considerada um mecanismo de segurança para o agricultor, funcionando como um seguro de preço para venda futura. Isso significa que o produtor pode planejar a comercialização com base em um valor já definido, o que reduz a exposição às oscilações do mercado. “O COV garante ao produtor a tranquilidade de saber quanto vai receber, mesmo que os preços do arroz venham a cair”, pontua um analista da área técnica da Conab.

A retração nos preços do arroz é reflexo de uma conjunção de fatores. Além da boa produtividade nacional, países asiáticos — principais exportadores globais do grão — voltaram a ampliar suas vendas internacionais, o que pressiona os preços no mercado global. A expectativa de uma supersafra mundial colabora ainda mais para esse cenário, fazendo com que medidas como o COV ganhem importância no planejamento rural brasileiro.

Além de garantir renda ao agricultor, a operação com Contrato de Opção também contribui para a recomposição dos estoques públicos de arroz, que são fundamentais para o equilíbrio do mercado em momentos de escassez. “Essa é uma das estratégias que o governo utiliza para estimular a produção e, ao mesmo tempo, assegurar o abastecimento interno com preços justos”, reforça o técnico da Conab.

Vale destacar que, apesar da antecipação da entrega ser uma possibilidade vantajosa para alguns produtores, a decisão deve considerar a realidade de cada propriedade. O suporte de técnicos das cooperativas, sindicatos rurais e corretoras especializadas é fundamental para uma escolha mais assertiva.

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