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SAÚDE EQUINA

Feridas em equinos: Um alerta para doenças graves e perdas produtivas

Pitiose equina e habronemose: Como lesões cutâneas podem comprometer a saúde e o valor comercial dos cavalos.

As feridas cutâneas em equinos, embora frequentemente subestimadas, representam um dos problemas mais comuns e desafiadores na equinocultura. Essas lesões, muitas vezes provocadas por fatores ambientais como arranhões, picadas de insetos ou objetos cortantes, podem servir como portas de entrada para diversas doenças graves, resultando em perdas produtivas significativas para os criadores.

Uma das doenças que podem surgir a partir dessas lesões é a Pitiose equina, uma patologia devastadora causada pelo fungo Pythium insidiosum. Comum em áreas alagadiças e regiões de alta umidade e temperatura, o fungo penetra no organismo do animal através de feridas abertas, causando uma reação inflamatória intensa. “Comumente os equinos são infectados ao entrar em contato com águas contaminadas, encontradas, muitas vezes, em açudes ou barreiros. O patógeno utiliza feridas pré-existentes para entrar no organismo do animal”, explica Fernanda Ambrosino, médica-veterinária.

A Pitiose equina, se manifesta através de lesões cutâneas progressivas, granulosas, ulceradas ou fistuladas, localizadas principalmente nos membros, abdômen e narinas dos animais. Entre os sintomas mais comuns estão claudicação, anemia, apatia e perda de peso, deixando o animal visivelmente debilitado. O prurido intenso é outra característica marcante, levando os animais a morderem ou coçarem vigorosamente a região afetada, o que pode agravar ainda mais as lesões.

Segundo estudos realizados pela Universidade Federal da Bahia, o uso de acetonido de triancinolona, um retardoesteróide, tem se mostrado promissor no tratamento da Pitiose equina. Os animais tratados com essa substância apresentaram um tempo de recuperação menor em comparação aos tratamentos convencionais, evidenciando a eficácia do medicamento.

Outro risco associado às feridas em equinos é a Habronemose cutânea, também conhecida como “ferida de verão”. Esta patologia é causada pelo verme Habronema sp, presente no estômago dos cavalos. As moscas, especialmente as domésticas e de estábulo, atuam como vetores, transportando as larvas do verme para pequenas lesões na pele do animal. O resultado é uma inflamação severa, com prurido intenso, dor e desconforto, comprometendo o bem-estar do animal.

“Os equinos afetados pela habronemose cutânea ficam mais irritadiços e estressados. Por conta do desconforto, passam a comer menos, o que pode levar a um quadro de anemia ou caquexia. No caso dos potros, a patologia pode trazer prejuízos para o desenvolvimento do animal, prejudicando seu crescimento”, detalha Fernanda.

Os sintomas incluem feridas de larga extensão que nunca cicatrizam e prurido intenso, forçando os cavalos a morderem as áreas afetadas. As lesões aparecem com frequência no canto dos olhos, boca, membros, prepúcio e linha média do abdômen. O impacto da habronemose não se limita à saúde dos animais; ela também afeta seu valor comercial, uma vez que as feridas grandes e visíveis desvalorizam os equinos no mercado.

Além disso, a presença da habronemose é um indicativo de falhas no manejo sanitário da propriedade, incluindo a vermifugação inadequada e o controle insuficiente de moscas. “O primeiro passo para impedir o problema é vermifugar periodicamente todos os animais da propriedade, quebrando assim o ciclo do parasita. Para isso, é fundamental o investimento em um protocolo de vermifugação assertivo”, enfatiza Fernanda.

O tratamento da habronemose inclui cuidados rigorosos com a lesão, higienização da área afetada, e o uso de medicamentos anti-inflamatórios, antibacterianos e antipruriginosos. Em casos mais graves, pode ser necessária a intervenção cirúrgica.

Para combater tanto a Pitiose equina quanto a Habronemose cutânea, a Ceva Saúde Animal oferece um protocolo de tratamento que inclui o uso de retardoesteróides, assegurando melhores resultados e o bem-estar dos equinos.

Esses cuidados são essenciais para garantir a saúde e o desempenho dos equinos, prevenindo doenças que, além de causarem sofrimento aos animais, representam perdas econômicas significativas para os criadores.

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