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Onda de calor e consumo de energia

Ondas de calor e recordes de demanda elétrica desafiam setor energético no Brasil

Temperaturas até 7ºC acima da média elevam consumo e pressionam infraestrutura elétrica
As ondas de calor se caracterizam por períodos de pelo menos cinco dias consecutivos com temperaturas 5ºC acima da média. Foto: Divulgação.

A intensa onda de calor que atinge o Brasil deve persistir até o dia 24 de fevereiro, trazendo desafios significativos para a infraestrutura elétrica do país. Com temperaturas variando entre 5ºC e 7ºC acima da média em regiões como Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, o consumo de energia elétrica disparou, resultando em recordes sucessivos na demanda.

Na última segunda-feira (17/02), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou um novo recorde na demanda média de carga no Sudeste/Centro-Oeste, atingindo 54.599 MWmed. Esse valor supera em 1,1% o recorde anterior, de 53.997 MWmed, registrado em 22 de janeiro. Em nível nacional, a demanda instantânea também quebrou recordes, alcançando 103.785 MW no dia 12 de fevereiro, ultrapassando as marcas de 103.335 MW (11/02) e 102.810 MW (22/01).

O aumento da demanda representa um desafio para as distribuidoras de energia, que precisam gerenciar sobrecargas em equipamentos essenciais, como transformadores e subestações. O superaquecimento desses componentes pode reduzir sua eficiência e aumentar os riscos de falhas e interrupções no fornecimento. A Climatempo, empresa especializada em previsão do tempo, alerta que o monitoramento constante das condições meteorológicas é essencial para o planejamento e operação do sistema elétrico.

Mudanças climáticas e o aumento das ondas de calor

As ondas de calor se caracterizam por períodos de pelo menos cinco dias consecutivos com temperaturas 5ºC acima da média. Nos últimos anos, esses eventos têm sido cada vez mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. Fatores como o El Niño, ocorrido entre 2023 e 2024, influenciam diretamente no aumento das temperaturas, ao promover o aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico.

Atualmente, estamos sob a influência do La Niña, que resfria as águas do Pacífico equatorial. No entanto, outros oceanos seguem aquecidos, o que intensifica ondas atmosféricas e bloqueios atmosféricos — massas de ar seco e quente que impedem a entrada de frentes frias e favorecem ondas de calor.

“Os bloqueios atmosféricos contribuem para dias mais secos e quentes, dificultando a formação de nuvens carregadas. Isso reduz a ocorrência de chuvas e amplia a duração das ondas de calor”, explica Marcely Sondermann, meteorologista da Climatempo especializada no setor elétrico.

Perspectivas e previsão para os próximos dias

Apesar das altas temperaturas, pancadas de chuva devem ocorrer de forma isolada nos próximos dias, sem impacto significativo na redução do calor. A tendência é que o verão continue com novos episódios de ondas de calor até o seu fim, no próximo mês.

A Climatempo destaca que ferramentas especializadas, como o SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo) e radares meteorológicos, têm sido fundamentais para empresas e órgãos públicos no planejamento de medidas para mitigar os impactos de eventos climáticos extremos.

Com a previsão de temperaturas elevadas persistindo, a atenção ao consumo de energia e ao gerenciamento da infraestrutura elétrica seguirá como uma prioridade para o setor nos próximos meses.

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