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MORANGOS COM IG

Indicação Geográfica (IG) impulsiona visibilidade e valor dos morangos do norte pioneiro do Paraná

Certificação de qualidade e participação em feiras nacionais elevam demanda e expansão do mercado para produtores locais
Morangos com IG agregam valor na produção do norte pioneiro. Foto: Adriano Oltramari.

Doces e suculentos, grandes para fondue, pequenos para as crianças: os morangos do norte pioneiro do Paraná, cultivados em Japira, Pinhalão, Tomazina e Jaboti, estão ganhando notoriedade nacional. Com o selo de Indicação Geográfica (IG), esses morangos têm atraído compradores de diversas partes do Brasil, ampliando a visibilidade e o valor agregado dos produtores locais.

A Associação Norte Velho (ANV), que detém a certificação de qualidade, consegue produzir aproximadamente 450 toneladas de morangos por ano. Contudo, a demanda supera a oferta, com pedidos vindos de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná. Redes de supermercados, padarias, confeitarias e sorveterias são os principais clientes. Ana Carla Bartolini Molini Ferrari, diretora do Grupo Mollini’s, destaca a importância do IG: “O morango é excelente, de primeira qualidade, e chega fresco. Vendemos com segurança, pois sabemos da credibilidade e temos contato direto com os produtores. Além disso, ajudamos a dar visibilidade aos produtos regionais e fazemos com que a renda circule na região”.

Fabiano de Souza Lima, fruticultor e vice-presidente da ANV, explica que a região trabalha com o cultivo tradicional, direto na terra, e em estufas, o que permite colheita durante o ano todo. A variedade de morangos inclui tipos mais doces, maiores para fondue e menores para crianças. “Temos a linha fondue, com morangos maiores; a tradicional, nas cumbucas com plástico ou com tampa; e a linha kids, que criamos com o apoio do Sebrae e que agregou muito pra gente, pois esses produtos iam para sucos e geleias, não tinham muito valor de mercado”, detalha Lima.

A participação em feiras como a Naturaltech tem sido crucial para a visibilidade dos morangos do norte pioneiro. Em 2023, a associação conseguiu fechar cada caixa com um quilo de morango por R$ 21,90, uma valorização de mais de 50% em comparação à venda para atravessadores. Além disso, novas parcerias com redes de supermercados, como a Condor, prometem expandir ainda mais o mercado.

Investimentos estão sendo feitos na sede da ANV para a industrialização dos subprodutos do morango. O barracão atual conta com despolpadeira, câmara fria, caminhão refrigerado e uma camionete nova, graças ao apoio de recursos municipais e estaduais. “A Prefeitura de Jaboti nos disponibilizou outro espaço, que estamos adequando para atender às normas de produção industrial. A expectativa é de que a nova sede fique pronta até dezembro”, antecipa Lima.

Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR, destaca a importância do associativismo e da inovação para o desenvolvimento da região: “O trabalho que temos feito na região tem como tripé o associativismo, a inovação e o mercado, com o objetivo de promover o desenvolvimento do norte pioneiro por meio dos produtos diferenciados e das pessoas. É preciso destacar o envolvimento dos produtores, que se propuseram a buscar novos conhecimentos, adequar suas propriedades, para entregar um morango com maior valor de mercado”.

A produtora Lucélia Aparecida da Costa, de Jaboti, diz que a IG do morango tornou Jaboti mais conhecida e atraiu novos compradores- Foto Arquivo Pessoal.

A produtora Lucélia Aparecida da Costa, de Jaboti, confirma que a IG do morango trouxe reconhecimento e novos compradores para a cidade. “Para chegar até aqui, passamos por treinamentos e cursos. O Sebrae investiu na gente, e nós acreditamos. Nossa cidade ficou conhecida, as feiras que participamos nos abriram portas para novos compradores. Antes, não tínhamos essas oportunidades”, comenta.

O selo de Indicação Geográfica não apenas garante a qualidade dos morangos, mas também fortalece a economia local, promovendo a sustentabilidade e o desenvolvimento regional.

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