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GESTÃO E TECNOLOGIA NO AGRO

Gestão de fazenda pecuária aliada a soluções biotecnológicas potencializa o ganho

O uso de aditivos naturais pode aumentar o peso corporal e de carcaça de bovinos de corte na terminação, além de ampliar a rentabilidade em 25%
Foto: José Fagundes

Pecuaristas que criam bovinos de corte de forma tradicional tendem a ter as margens cada vez mais pressionadas e desaparecer, já que é cada vez maior o número de produtores que adotam sistemas intensivos e ferramentas de gestão nas fazendas. “É um caminho sem volta para quem quer se destacar neste mercado cada vez mais competitivo, com custos elevados e margens de lucro achatadas”, avalia o zootecnista Luiz Fernando Costa e Silva.

“Produtores que medem e têm dados da fazenda na mão podem calcular qual é o custo de produção, quanto podem gastar e em que fase o animal é mais eficiente ou está aquém do desempenho desejado, o que aumenta sua produtividade e rentabilidade”, detalha, ressaltando que essas informações facilitam muito a escolha adequada de soluções biotecnológicas, aditivos naturais ou tecnologias avançadas para maximizar a produção.

Segundo o zootecnista, o pecuarista que faz o controle e trata a fazenda como empresa sabe com precisão onde ganha ou perde dinheiro. “Quanto mais informações ele tem, mais antenado está no mercado, acompanha as oscilações de preços e sabe o momento certo de vender mais animais ou colocar o pé no freio” ou seja informação é o caminho.

Os resultados positivos do acompanhamento de indicadores na pecuária foram comprovados em recente estudo realizado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em parceria com uma empresa de tecnologia.

A pesquisa revela que a utilização de ionóforos (substâncias produzidas por fermentação de microrganismos) e aditivos naturais pode ampliar o retorno financeiro ao produtor em até 25%, comparado à dieta só com ionóforos. “Conforme o estudo, o uso dos aditivos naturais em associação ao ionóforo resultou em aumentos de 4,8% no peso corporal final e de 5,1% no peso de carcaça final, o que proporcionou lucro 25% maior que na dieta com a inclusão apenas de ionóforo”, relata Luiz Fernando.

Os indicadores usados para gestão de fazenda dependem do sistema de produção. Para  o sistema de cria, o mais comum é kg de bezerro desmamado por vaca exposta. Com esse parâmetro, é possível verificar a eficiência reprodutiva e produtiva da vaca, “pois se existe genética, a vaca produz mais leite, o bezerro mama mais, ganha mais peso e é mais saudável, o que permite, no futuro, ter a mesma produção de bezerros reduzindo o número de vacas ou aumentar a produção de bezerros com o mesmo número de vacas”, reforça o zootecnista. Já para a recria, o indicador mais usual é o ganho médio diário de peso, e na terminação em confinamento, o ganho de carcaça e a eficiência biológica (kg de matéria seca para produzir uma arroba). 

Para ganho de peso, a dica que Luiz Fernando deixa é: “Em situações em que se busca um ganho moderado de peso corporal, o recomendado é a suplementação com proteinado, energético e menor inclusão de concentrado na dieta, para que o pasto seja mais consumido pelo animal em momentos de maior oferta”. Por sua vez, para acelerar o ganho de peso, ele orienta aumentar a quantidade de suplemento fornecido, o que possibilita o uso maior de tecnologia.

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