A onda de calor na região Centro-Oeste, pode chegar a temperaturas que ultrapassa os 44 graus, as cidades da região, como Dourados (MS) e Cuiabá (MT), enfrentam uma elevação de quase 30% em relação à média histórica para o mês de novembro, um valor climatológico que supera qualquer expectativa.
“Essa onda de calor é extrema”, enfatiza João Rodrigo de Castro, meteorologista. Em Cuiabá, a temperatura alcançou 41,1ºC, bem acima da média histórica de 34ºC para novembro. Em Mineiros (GO), atingiu 37.5ºC, contrastando com a média máxima histórica de 29.7ºC.
Essa intensificação do calor chega num momento crítico para a agricultura nacional. “A falta de chuvas nesta estação tem prejudicado a soja recém-plantada, resultando em replantios devido ao tombamento das plantas”, alerta Castro.
O impacto nas lavouras é grave. As altas temperaturas ocasionam queimaduras nas folhas e frutos, além de desordens fisiológicas, reduzindo a capacidade de fotossíntese das plantas.
As projeções do modelo europeu ECMWF indicam a persistência desse cenário preocupante. Preveem temperaturas que ultrapassam os 44 graus em regiões de Goiás e Mato Grosso. Enquanto isso, o Sul do Brasil, enfrentando um novo evento de chuvas abundantes, é a exceção, apresentando temperaturas mais amenas.
Apesar das condições extremas, há uma luz no fim do túnel para os agricultores. “Há chances de chuvas ocasionais devido ao calor”, menciona Castro. O fenômeno já foi observado em Rio Verde (MT), onde uma precipitação de 6,8 mm ocorreu nesta segunda-feira (13), e pode se repetir de forma isolada nas áreas do Centro-Oeste e Sudeste.
Este cenário desafiador destaca a urgência de ações adaptativas por parte dos agricultores diante das condições climáticas extremas, apontando para a necessidade de uma preparação estratégica para lidar com os desafios impostos pelo calor intenso.