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Suínos: Estratégias genéticas de manejo podem reduzir a mortalidade no pré-desmame

A mortalidade pré-desmame de leitões é um desafio crescente para suinocultores. Descubra como práticas de manejo eficientes, avanços genéticos e monitoramento ambiental podem transformar a produtividade e garantir a sustentabilidade do setor.
Com os avanços genéticos, o aumento no tamanho das leitegadas trouxe novos desafios. Foto: Divulgação.

A mortalidade pré-desmame de leitões é uma questão crítica na suinocultura moderna, afetando diretamente a rentabilidade e a eficiência do sistema produtivo. Segundo a especialista Kelly Will, dra em ciências veterinárias, a mortalidade nesta fase é multifatorial, estando ligada principalmente a aspectos como o peso ao nascimento, vitalidade dos leitões, habilidade materna das fêmeas e as condições ambientais.

Com os avanços genéticos, o aumento no tamanho das leitegadas trouxe novos desafios. “Se a seleção genética não for feita de forma balanceada, o aumento no tamanho de leitegada pode vir associado a uma maior desuniformidade, com grande variação no peso ao nascimento e o surgimento de leitões com baixa vitalidade”, afirma Kelly Will. Este cenário, se não for bem gerido, pode elevar significativamente as taxas de mortalidade pré-desmame.

Impacto econômico e operacional
Dados de 2023 apontam que um aumento de apenas 1% na mortalidade pré-desmame pode gerar um acréscimo de 1% no custo de produção por leitão desmamado. Esse impacto reforça a importância de práticas de manejo adequadas, tanto para garantir a sobrevivência dos leitões quanto para assegurar a competitividade dos produtores de suínos.

Entre os principais fatores que influenciam a mortalidade pré-desmame estão:

  1. Leitões: Baixo peso ao nascer, baixa vitalidade e ingestão insuficiente de colostro tornam os leitões mais vulneráveis.
  2. Fêmeas: A habilidade materna inadequada e o estresse podem aumentar os riscos de esmagamento e reduzir o tempo de amamentação.
  3. Ambiente: Condições extremas de temperatura afetam diretamente as taxas de mortalidade, sendo que no frio o risco de esmagamento aumenta, e no calor há uma redução na ingestão de ração e produção de leite.

Soluções no manejo e na genética
Existem empresas de genética que tem se destacado no desenvolvimento de soluções genéticas para reduzir esses problemas. “Existem algumas que são especialistas em levar um trabalho com sustentabilidade e eficiência, que se traduzem em um programa de genética balanceado e com maior rentabilidade, pioneira no conceito de melhoramento genético balanceado. Melhoramos os animais como um todo, não apenas em uma característica isolada”, explica Kelly. O objetivo é combinar o aumento do tamanho das leitegadas com uma maior habilidade materna das fêmeas, robustez e menor taxa de mortalidade.

O foco em melhoramento genético tem permitido o desenvolvimento de leitegadas mais uniformes e com maior peso ao nascimento, resultando em maior número de leitões desmamados por fêmea. Essa abordagem, aliada ao uso de tecnologias de monitoramento e análise de dados, tem sido essencial para a antecipação de problemas e ajustes no manejo conforme a necessidade de cada sistema de produção.

Colaboração e inovação
Kelly Will também destaca a importância da colaboração entre todos os elos da cadeia produtiva. Segundo ela, o uso de ferramentas de análise de fatores de risco e modelos preditivos será essencial para criar estratégias de manejo mais eficazes. A combinação de tecnologia com a capacitação contínua dos profissionais do setor garante não só a redução da mortalidade pré-desmame, mas também a sustentabilidade da produção suína.

“A colaboração entre produtores, pesquisadores e profissionais da indústria é vital para o desenvolvimento de soluções mais precisas e eficazes”, conclui a especialista.

Este cenário mostra que, com um manejo adequado e seleção genética balanceada, é possível não só melhorar a eficiência da produção de suínos, mas também garantir a sustentabilidade e a competitividade no mercado global.

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