O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou um avanço de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com os três meses anteriores, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número, considerado robusto diante do cenário macroeconômico global, reflete o protagonismo crescente da agropecuária, que registrou um aumento de 12,2% no período, sendo o principal motor do desempenho econômico nacional.
Esse salto significativo tem origem em um conjunto de fatores, entre eles o desempenho notável de culturas agrícolas estratégicas. No topo da lista está o tabaco, que apresentou crescimento de 25,2% no trimestre, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). A soja, o arroz e o milho também contribuíram para o resultado expressivo, com altas de 13,3%, 12% e 11,8%, respectivamente.
Segundo Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), o desempenho da cultura do tabaco é reflexo direto da eficiência produtiva e da organização consolidada da cadeia. “O Brasil é líder global nas exportações de tabaco há mais de 30 anos e ocupa hoje a segunda posição mundial em produção, atrás apenas da China”, afirma. Thesing destaca ainda que a atividade gera ocupação e renda para cerca de 626 mil pessoas no meio rural, distribuídas principalmente em pequenas propriedades.
Boa parte da competitividade brasileira nesse setor está ancorada no Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), modelo que articula a atuação conjunta entre agricultores e unidades beneficiadoras. O sistema oferece suporte técnico, assistência financeira e planejamento das safras, elementos que garantem não apenas a qualidade do produto, mas também segurança econômica para milhares de famílias envolvidas. “O SIPT garante regularidade no fornecimento, qualidade da matéria-prima e promove práticas sustentáveis nas lavouras”, acrescenta Thesing.
Além do desempenho interno, o mercado externo também reforça o papel estratégico do tabaco para a balança comercial agrícola. Até o final de maio de 2025, as exportações brasileiras de tabaco já haviam movimentado US$ 1,1 bilhão, e a projeção é fechar o ano com mais de US$ 3 bilhões em divisas. A estimativa é da consultoria Deloitte, que prevê um crescimento de até 15% nas exportações em comparação com 2024.
Esses números reforçam a relevância do agronegócio como um dos pilares estruturantes da economia brasileira. Conforme estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agro responde atualmente por cerca de 6% do PIB nacional quando se considera apenas a produção primária. No entanto, ao incluir os elos indiretos, como a indústria de transformação, logística, comércio e serviços, esse percentual salta para 23%, demonstrando a amplitude e a capilaridade do setor em todas as regiões do país.
O desempenho do início de 2025 mostra que, mesmo diante de desafios climáticos e oscilações de mercado, a agropecuária brasileira mantém resiliência e capacidade de tração econômica. A combinação entre tecnologia, modelos produtivos integrados e o comprometimento dos produtores rurais segue impulsionando resultados concretos que reverberam por toda a sociedade.