cotações de Comodities

Cotação do dollar

SAFRA DE GRÃOS

Safra 2024/25 ruma ao recorde: Produção de grãos deve alcançar 322,4 milhões de toneladas, diz Conab

Com crescimento de 8,2%, o Brasil caminha para a maior safra da história. Destaques incluem soja, milho e arroz, enquanto desafios climáticos pontuais são superados pelos produtores.
O volume estimado representa um aumento de 8,2% (ou 24,5 milhões de toneladas) em comparação ao ciclo anterior. Foto: Divulgação.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta quinta-feira (12), o terceiro levantamento da safra de grãos 2024/25, que aponta para uma produção recorde de 322,4 milhões de toneladas. O volume estimado representa um aumento de 8,2% (ou 24,5 milhões de toneladas) em comparação ao ciclo anterior, consolidando-se como a maior safra já registrada na história da agricultura brasileira. Segundo a Conab, a área cultivada também crescerá, alcançando 81,39 milhões de hectares, um acréscimo de 1,45 milhão de hectares em relação à safra passada.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou a relevância das condições climáticas favoráveis até o momento: “As chuvas regulares nos principais estados produtores têm sido determinantes. Houve períodos curtos de estiagem, mas nada que comprometesse o cenário otimista que projetamos para a safra brasileira de grãos.”

A soja segue como carro-chefe da produção nacional, com expectativa de atingir 166,21 milhões de toneladas – uma alta de 12,5% frente ao ciclo anterior. Dos 47,37 milhões de hectares destinados à oleaginosa, 94,1% já foram plantados, e o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras, principalmente em estados como Mato Grosso e Goiás. Ainda que algumas regiões, como o Paraná e Mato Grosso do Sul, tenham enfrentado períodos curtos de estiagem, a perspectiva permanece positiva.

Milho e algodão: Estabilidade com crescimento moderado

A produção total de milho deve crescer 3,4%, atingindo 119,63 milhões de toneladas. Só no primeiro ciclo, espera-se uma colheita de 22,61 milhões de toneladas, com 70% da área já semeada. Já o algodão apresenta uma elevação de 3% na área cultivada, estimada em 2 milhões de hectares, com previsão de produção de pluma em torno de 3,69 milhões de toneladas.

Arroz e feijão: Crescimento sustentado e diversificação

A área de cultivo do arroz deverá crescer 9,8%, totalizando 1,77 milhão de hectares, enquanto a produção deve atingir 12,1 milhões de toneladas. Segundo a Conab, o aumento é puxado tanto pelo arroz irrigado quanto pelo de sequeiro. Para o feijão, a área deve crescer 1,7%, alcançando 2,9 milhões de hectares, com a produção projetada em 3,36 milhões de toneladas, um incremento de 3,5%.

O engenheiro agrônomo Rodrigo Guimarães, consultado pela reportagem, destacou o avanço técnico no manejo dessas culturas: “O Brasil vem consolidando práticas agrícolas mais eficientes, o que permite aumentar a produtividade sem depender exclusivamente da ampliação de área.”

Trigo: Impactos climáticos e redução de produção

Enquanto as culturas de verão apresentam bons resultados, o trigo, principal grão da safra de inverno, enfrenta desafios. A colheita, que está em fase final, deve alcançar 8,06 milhões de toneladas – uma queda de 0,4% em relação ao ciclo anterior. A redução é atribuída à diminuição de 14,1% na área plantada na Região Sul, aliada ao clima desfavorável no Paraná, estado responsável por boa parte da produção nacional.

Mercado e exportações: Expectativas para o próximo ciclo

No mercado interno, o arroz registrou uma queda de 13% nos preços em dezembro, reflexo da alta oferta prevista para a nova safra. As exportações, por outro lado, devem aumentar de 1,3 milhão para 2 milhões de toneladas. Já a soja, mesmo com um cenário desafiador em 2023/24, terá um fôlego no próximo ciclo, com projeções de exportação em torno de 105,48 milhões de toneladas, contra 99 milhões no ciclo atual.

“A recuperação da produção de soja no Brasil será crucial para abastecer o mercado externo, principalmente diante da demanda crescente na China e em outros mercados asiáticos”, afirmou Mariana Soares, analista de mercado agrícola.

Com perspectivas positivas para a safra 2024/25, o Brasil reafirma sua posição de liderança global na produção de alimentos, mesmo diante de desafios climáticos e de mercado. As previsões, se confirmadas, não apenas fortalecem o setor agropecuário, mas também impulsionam a economia nacional.

Deixe um comentário

ARTIGOS RELACIONADOS