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PECUÁRIA E SUPLEMENTAÇÃO

Produzir o boi jovem magro para os confinamentos requer estratégias e suplementação para potencializar ganhos

“Manter o gado confinado é uma atividade de alto risco financeiro, então existe um perfil para o animal perfeito, que é o boi jovem magro. Mas para produzir esse animal, ele terá que ser realizado em uma etapa anterior, que chamamos de recria”, explica a médica veterinária, Fabiana Sabino.

Conhecido por ser um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, o Brasil também é destaque quando se fala na criação do gado em pasto, sendo uma marca registrada do país. Porém, outro método de criação que vem ganhando cada vez mais relevância nacional e gerando um alto número é a produção de bovinos confinados.

No ano passado, segundo o Censo de Confinamento feito pela multinacional DSM, o país atingiu a marca recorde de 6,95 milhões de bovinos confinados. Esse resultado aponta um crescimento de 4% no volume do gado confinado ao comparar com 2021 e 46% acima do registrado em 2015. Além disso, os dados apontam que cerca de 20% dos animais abatidos no Brasil são terminados em confinamentos.

No Brasil, como a maioria dos produtores rurais utilizam o método de criação tradicional, que é exclusivamente a pasto e sem complementação da dieta, muitos animais terminam a sua fase de crescimento em uma idade mais avançada, fazendo com que perca o prazo para entrada no confinamento.

Além disso, outro grande desafio do produtor rural é ter o animal ideal para colocar no confinamento. “Manter o gado confinado é uma atividade de alto risco financeiro, então existe um perfil para o animal perfeito, que é o boi jovem magro. Mas para produzir esse animal, ele terá que ser realizado em uma etapa anterior, que chamamos de recria”, explica a médica veterinária, Fabiana Sabino.

Recria

É na recria que, geralmente, acontecem os maiores atrasos da agropecuária. Se durante essa estratégia o animal passar por um episódio de efeito sanfona, ele sofrerá um ano de retardo na sua produção, perdendo a idade ideal para colocá-lo no confinamento. 

“Esse efeito acontece no período seco do ano, onde os animais perdem peso ao invés de ganhar, por conta da paralisação de produção do pasto. Então, a principal regra é evitar de todas as formas esse efeito durante a época de pouca quantidade de chuva”, comenta Fabiana.

A técnica de recria também é altamente compensatória ao produtor rural, pois com ela será possível alimentar os confinamentos apenas com esses animais. “Quando os animais estão exclusivamente a pasto, a recria vai durar em torno de 2 anos. Mas, com esse investimento é possível retirar esses animais na metade desse prazo e, com isso, o produtor consegue fazer dois ciclos no mesmo período. Onde ele fazia apenas um ele vai conseguir fazer dois, dobrando o faturamento”, salienta Sabino.

Paulo Emílio, Produtor rural.

O produtor rural e empresário, Paulo Emílio, tem como uma das características de sua criação a utilização desse método. “Sempre que você consegue comprar animais mais novos, com o objetivo de recriar, você também conquista um aumento no lucro final no confinamento.”

Suplementação

Assim como em todas as fases da criação dos bois, para ajudar o animal a terminar a fase de crescimento com idade suficiente para entrar nos confinamentos, também é importante incluir na sua dieta um suplemento mineral indicado para esse período.

Paulo Emílio ressalta que utiliza suplementação na sua criação, pois ele afirma que obtém um rendimento bem maior na sua produção. “Os produtos que auxiliam na engorda são essenciais, pois o resultado final de ganho sempre aumenta.”

Alternando os métodos

Antes de levar o boi jovem direto para o confinamento, com intuito de comercializar aquele animal de maneira mais ágil, o produtor rural poderá seguir outros recursos.

“Não é necessário utilizar o confinamento para esses animais mais jovens. Um semi-confinamento onde os animais são mantidos a pasto e com a dieta complementada no cocho já é suficiente para que eles alcancem o peso necessário e complete o seu desenvolvimento na idade necessária”, explica a veterinária.

Paulo também busca alternar os métodos na hora de inserir os animais no confinamento. “Procuro comprar os gados que tenham de 12 a 16 arrobas para o confinamento. Dessa maneira, o segredo é sempre adquirir o preço mais próximo da arroba do boi gordo.”

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