A produção de feijão no Brasil está se mantendo em torno de 3 milhões de toneladas, apesar de registrar a menor área semeada na série histórica. Esse resultado é explicado pelas melhores produtividades alcançadas nas lavouras do país. De acordo com o Boletim AgroConab de maio, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as boas expectativas para a segunda safra indicam bons volumes do produto, o que limita a tendência de alta nos preços e mantém as cotações em patamares mais baixos.
A oferta de feijão ajustada ao consumo brasileiro tem impactado os preços no mercado. No entanto, os custos elevados, juntamente com os riscos envolvidos no plantio e na comercialização, além da menor rentabilidade em comparação com culturas como soja e milho, têm influenciado na redução da área cultivada. O presidente da Conab, Edegar Pretto, destaca a importância de garantir a rentabilidade aos produtores de alimentos e incentivar a produção de feijão, um alimento consumido por todos os brasileiros. Dessa forma, assegura-se a disponibilidade de alimentos de qualidade e apoio aos agricultores.
Nos últimos 12 anos, o feijão perdeu cerca de 1,2 milhão de hectares devido à menor rentabilidade em comparação com outras culturas concorrentes por espaço. A maior queda foi observada no Nordeste, onde a região registrou uma redução de aproximadamente 33%, como ressalta o analista de mercado da Conab, João Ruas.
O estímulo à produção de feijão também pode resultar em um maior consumo pelos brasileiros, uma vez que os preços tendem a diminuir com o aumento da oferta. No entanto, é necessário que essa redução chegue ao varejo. Segundo o analista da Conab, houve uma queda de 30% nas vendas até a penúltima semana de março, quando os preços do feijão dispararam. Atualmente, as cotações estão em declínio devido à expectativa de uma boa safra na segunda safra do produto. No Paraná, principal estado produtor neste ciclo, a maioria das lavouras está nas fases de frutificação e colheita. Cerca de 15% da área semeada no estado já foi colhida e espera-se que atinja o pico nos próximos 15 dias.
Além das condições climáticas favoráveis e do melhor manejo nas lavouras pelos produtores, a pesquisa de novas variedades de sementes tem influenciado os rendimentos da cultura do feijão. Ruas destaca que o setor tem investido em tecnologia para desenvolver cultivares mais produtivas e com escurecimento lento, garantindo uma produção que atenda à demanda nacional e facilite o armazenamento do produto.
Com uma colheita promissora e preços mais acessíveis, as perspectivas são positivas para os consumidores brasileiros, que poderão desfrutar de um dos alimentos mais tradicionais e indispensáveis na mesa do país. A produção de feijão, aliada ao incentivo à agricultura e à pesquisa de novas tecnologias, contribui para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor agrícola no Brasil.