A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou projeções das perspectivas para agropecuária na safra 2023/24 que podem sacudir o mercado de carnes no Brasil. As estimativas apontam para um recorde histórico na produção de carne de frango em 2024, com um impressionante volume de cerca de 16 milhões de toneladas. Se confirmadas, essas cifras superariam as 15,44 milhões de toneladas esperadas para este ano.
Edegar Pretto, presidente da Conab, comemorou essas previsões positivas e destacou o impacto no preço das carnes para os consumidores: “Mais uma vez temos a expectativa de um novo recorde na produção total de carnes no país, considerando bovinos, aves e suínos. A soma da redução dos insumos de produção, como o milho, e a ampliação da oferta de proteínas no país consolida a tendência de queda do preço da carne para os consumidores.”
A excelente produção prevista permite um aumento nas exportações sem prejudicar a disponibilidade de carne no mercado interno. Segundo a Conab, as exportações de carne de frango podem chegar a 5,25 milhões de toneladas no próximo ano, representando um aumento de 3,6% em relação ao volume projetado para 2023. Ao mesmo tempo, a disponibilidade interna deve aumentar de 10,37 milhões de toneladas para 10,78 milhões de toneladas, um incremento de 3,9%.
Gabriel Rabello, gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, destacou a demanda crescente pela carne de frango e como o Brasil se beneficia das circunstâncias globais: “A demanda pela carne de frango está aquecida. Esta é a proteína mais acessível ao consumidor e com um ciclo de produção curto, o que permite respostas rápidas de acordo com o comportamento do mercado. Aliado a isso, a ocorrência de Influenza Aviária em importantes países produtores no mundo tem favorecido o Brasil, onde até agora não se constatou a contaminação em granjas comerciais – o que amplia a procura pelo produto brasileiro.”
A carne suína também está prevista para alcançar uma produção recorde, passando de 5,34 milhões de toneladas projetadas para este ano para 5,5 milhões de toneladas em 2024. Essa tendência também se reflete nas exportações, com um aumento de 2,1%, atingindo 1,24 milhão de toneladas, bem como um crescimento de 4,8% na oferta no mercado doméstico, estimada em 4,34 milhões de toneladas do produto.
No entanto, para a carne bovina, as perspectivas são de estabilidade na produção e oferta. Rabello explicou: “Em 2024 há sinalização de início de reversão do processo do ciclo pecuário. Com a tendência de diminuição do ritmo de abate de fêmeas no ano que vem, espera-se que haja estabilidade na produção de carne, seguida de provável queda nos anos seguintes.”