O estado do Mato Grosso se consolidou como um dos principais pilares do agronegócio brasileiro. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, em 2023, a produção agrícola da região atingiu a impressionante marca de R$ 175 bilhões, o que representa cerca de 30,2% de toda a produção nacional de grãos, com destaque para soja, milho, algodão e girassol. Este resultado, no entanto, não ocorre de forma espontânea, mas sim com o auxílio de pesquisas e tecnologias específicas voltadas para as particularidades do estado.
Com uma extensão que corresponde a aproximadamente 10,5% do território brasileiro, o Mato Grosso enfrenta desafios peculiares. A imensa área, que ultrapassa os 900 mil km², requer soluções customizadas para lidar com problemas como a variação climática e a deficiência de nutrientes no solo, principalmente cálcio e magnésio, que afetam diretamente a qualidade e a produtividade das lavouras.
Rodrigo Pasqualli, diretor da Fundação Rio Verde, destaca a importância de um olhar mais atento para a realidade interna do estado: “Por ser uma região extensa, muitos produtores encontram dificuldades para acessar recursos e tecnologias essenciais para o agro. Essa barreira precisa ser superada por meio de iniciativas voltadas para suas necessidades específicas.”
Foi pensando nessas demandas que surgiu a Show Safra, um evento criado para apresentar estudos, tecnologias e soluções adaptadas ao contexto mato-grossense. “O evento nasceu com o intuito de fornecer suporte técnico ao produtor local, trazendo inovação para impulsionar o potencial econômico do estado,” ressalta Pasqualli.
“Anualmente, milhões de reais são direcionados para equipar laboratórios e contratar profissionais altamente qualificados, como cientistas e engenheiros agrônomos. Nosso objetivo é buscar soluções práticas para os desafios que o produtor do Mato Grosso enfrenta diariamente,” acrescenta Pasqualli.
Esses esforços já resultaram em importantes avanços. Um exemplo significativo é o trabalho da fundação no desenvolvimento de técnicas para o cultivo do milho safrinha. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o estado é responsável por 35% da produção de milho no Brasil e 3% da produção global. A introdução de novas técnicas de plantio, adubação e manejo do solo, lideradas pela Fundação Rio Verde, foi crucial para aumentar a produtividade desse grão, que é vital para a economia da região.
“Esse avanço só foi possível graças às pesquisas locais, que oferecem soluções personalizadas para o nosso ambiente. Hoje, o milho safrinha é uma das culturas mais rentáveis do estado, e isso tem reflexos diretos no mercado nacional e internacional,” afirma Pasqualli.
Com 62% do território estadual preservado, o Mato Grosso continua sendo um exemplo de como o desenvolvimento sustentável pode ser aliado à produção em larga escala. As pesquisas não param por aí. Novos estudos estão em andamento para combater pragas e doenças, além de aprimorar as técnicas de cultivo de híbridos agrícolas que estão em fase de regulamentação. O impacto dessas inovações não se restringe apenas ao Mato Grosso, mas tem o potencial de transformar a realidade de produtores de todo o país.
Esses avanços demonstram como o estado continua a liderar o agronegócio brasileiro, servindo como uma vitrine de inovação e eficiência para o setor. Ao combinar a preservação ambiental com o aumento da produtividade, o Mato Grosso se posiciona não apenas como um gigante no campo, mas também como um exemplo de como o agronegócio pode ser sustentável e economicamente viável.