A gestão eficiente de uma propriedade pecuária é fundamental para garantir o sucesso da recria, uma etapa crucial do processo produtivo que se inicia após o desmame e se estende, em média, por 12 meses. Na busca por um desenvolvimento saudável dos animais, a nutrição desempenha um papel primordial na formação de sua estrutura e na redução do tempo de recria. Nesse sentido, a suplementação é uma ferramenta diferencial para o êxito dessa atividade.
A produção de bovinos em regime de pastagem é uma abordagem com menor custo em comparação a outras formas de criação, tornando-se uma opção popular entre os pecuaristas. No entanto, compreender o crescimento do gado, caracterizar a pastagem e explorar alternativas para maximizar o potencial dos pastos destinados aos animais de recria são fatores-chave para alcançar maior produtividade.
A suplementação de bovinos em pastagem durante a recria é uma das estratégias mais práticas e efetivas para alterar a curva de crescimento, especialmente quando o pasto apresenta qualidade insatisfatória. Além de elevar o ganho médio diário dos animais, a suplementação pode ser empregada estrategicamente para aumentar a capacidade de suporte das pastagens, fornecer aditivos para melhorar o desempenho e auxiliar no manejo do pasto.
“O aumento do ganho de peso dos animais pode resultar em vantagens para os pecuaristas, como o abate antecipado de bovinos nascidos durante a estação de monta (agosto, setembro e outubro) antes do período de seca, beneficiando o negócio”, detalha Letícia de Souza Santos, Responsável Técnica.
Desafio da Seca na Recria
Um dos maiores desafios da recria é enfrentar o período de seca nas fazendas, quando a qualidade do pasto disponível para o rebanho é reduzida. O desmame frequentemente coincide com o início da época seca, tornando o início da recria um desafio nutricional.
A base da suplementação é otimizar a fermentação ruminal, aumentando a digestibilidade da fibra para fornecer energia ao ruminante e melhorar a eficiência de síntese microbiana utilizada pelos bovinos.
“A suplementação durante o período seco do ano complementa a qualidade da forragem, fornecendo nutrientes ausentes nela. Isso promove o crescimento de microrganismos no rúmen, elevando a digestibilidade do pasto de baixa qualidade, o consumo de matéria seca e a energia digestível”, destaca Letícia.
Segundo a especialista, suplementos proteicos, energéticos ou proteico-energéticos são indicados nesse contexto. “Através da suplementação adequada, garantimos o bom funcionamento do organismo do animal e o melhor aproveitamento dos nutrientes, tanto da pastagem quanto do suplemento. Dessa forma, criam-se condições ideais para a manutenção da reserva de energia dos animais e o ganho de peso adequado”.
Existem empresas que oferecem uma variedade de soluções alinhadas a essas diretrizes, e a escolha do suplemento ideal depende da categoria animal, raça, metas de desempenho, características da pastagem, solo e clima. Investir em nutrição estratégica é a chave para alcançar a máxima produtividade na recria de bovinos, garantindo o sucesso e rentabilidade das fazendas pecuárias.