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SAFRA DE ALGODÃO

Mercado brasileiro de algodão impulsiona produção e consumo interno: Crescimento e novas estratégias para safra 2024/2025

Com previsão de produção de quase 4 milhões de toneladas, o Brasil aposta em genética avançada e manejos regionais para aumentar a rentabilidade e enfrentar desafios fitossanitários. A Abrapa e a Abit reforçam a meta de elevar o consumo interno para 1 milhão de toneladas.
As inovações em biotecnologia e o avanço no melhoramento genético têm dado aos produtores mais segurança e eficiência na safra, permitindo que o Brasil amplie sua presença no mercado internacional. Foto: Divulgação.

O setor cotonicultor brasileiro tem se destacado globalmente, impulsionado por avanços tecnológicos e o crescimento da demanda interna e externa. Para a safra 2024/2025, a produção de algodão no Brasil poderá atingir 3,97 milhões de toneladas, um aumento significativo de 8% em relação ao período anterior, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a Abrapa está empenhada em elevar o consumo interno de algodão para 1 milhão de toneladas anuais, ultrapassando as atuais 700 mil toneladas.

Lindemberg Martins, consultor de desenvolvimento de produto, enfatiza a importância de um planejamento criterioso, que começa pela escolha da cultivar mais adequada. “Selecionar uma cultivar que se adapte bem ao ambiente de produção é essencial para garantir o máximo potencial de produtividade”, explica Martins. “A qualidade da semente é crucial para o estabelecimento inicial da planta, resultando em um desenvolvimento vigoroso.”

As inovações em biotecnologia e o avanço no melhoramento genético têm dado aos produtores mais segurança e eficiência na safra, permitindo que o Brasil amplie sua presença no mercado internacional. Segundo Martins, esses avanços aumentam a competitividade do algodão brasileiro, tanto em produtividade quanto na qualidade da fibra.

Desafios fitossanitários e cultivares resistentes

A safra 2023/2024 enfrentou obstáculos significativos com a disseminação da mancha-alvo, que, conforme dados da Embrapa, pode provocar uma perda de até 40% na produção devido à desfolha severa. Em resposta, o uso de cultivares tolerantes ou resistentes à mancha-alvo se mostrou crucial para mitigar as perdas. “Observamos cultivares que se comportaram muito bem frente à mancha-alvo, o que reduziu os custos com fungicidas e aumentou a produtividade”, destaca Martins, que também salienta a importância de tais práticas para aumentar a rentabilidade e sustentabilidade da lavoura.

Adoção de manejos regionais

A escolha do manejo adequado, conforme as características de cada região, é outro ponto crítico para garantir o sucesso da cultura de algodão no Brasil. “Conhecer bem a cultura e as especificidades regionais é o que permitirá a expansão sustentável da área plantada”, afirma Martins. Em áreas com chuvas prolongadas, por exemplo, o plantio de segunda safra pode ser uma estratégia vantajosa, oferecendo bons resultados em ambas as safras.

Cultivares de ciclo precoce e médio também ganham destaque nesses sistemas, pois se ajustam melhor às condições climáticas regionais, segundo o consultor. Martins, conclui que a seleção de cultivares adaptadas a condições adversas tem impacto direto nos resultados e, por isso, o produtor deve se atentar aos desafios de cada localidade, priorizando as variedades que otimizem a produtividade.

Esses esforços coordenados entre desenvolvimento genético, práticas de manejo e incentivo ao consumo interno reafirmam o compromisso do setor cotonicultor brasileiro em solidificar sua presença no mercado global e fortalecer a economia nacional.

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