O setor de transporte de carne congelada de frango para exportação de empresas brasileiras tem quebrado recordes e impulsionando o crescimento do mercado. Nos primeiros três meses deste ano, foram registrados dois recordes de movimentação, com um crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. O mês de março foi o destaque, com 3.068 contêineres, totalizando cerca de 82,8 mil toneladas.
Esses números acompanham o crescimento contínuo do mercado de exportação de carne de frango, que está batendo recordes sucessivos. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil registrou um aumento de 15,1% nas exportações no primeiro trimestre. O estado do Paraná, que é o maior produtor e exportador do país, foi responsável por 42,1% desse volume, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral).
A popularidade crescente do consumo de carne de frango é impulsionada por diversos fatores. Além do aspecto econômico, já que o frango é uma opção mais acessível em comparação com a carne bovina, há também uma demanda relacionada à saúde. A carne de frango é escolhida por consumidores com maior poder aquisitivo devido aos benefícios para a saúde. Além disso, ao contrário de outras proteínas, a carne de frango não enfrenta restrições religiosas.
Em termos de sustentabilidade, a produção de carne de frango apresenta vantagens significativas em comparação com outras proteínas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção de 1 kg de carne de frango emite apenas 35 kg de CO2, enquanto a mesma quantidade de carne bovina emite 295 kg. Para tornar essa equação ainda mais sustentável, a solução multimodal de empresas brasileiras combinam o transporte ferroviário nas distâncias mais longas e o transporte rodoviário nos trechos mais curtos.
Nos últimos cinco anos, os clientes de frango que aderiram a essa solução multimodal deixaram de emitir mais de 224 mil toneladas de CO2, o equivalente à emissão anual de 48 mil veículos. Para absorver integralmente esse volume, seriam necessárias 1,6 milhão de árvores.
O transporte de frango congelado representa 60% do movimento no corredor Paraná e 28% de todas as cargas transportadas pela empresa em 2022.
“Nosso posicionamento nesse mercado é estratégico, com os terminais de Cascavel e Cambé muito bem localizados nas principais regiões produtoras e exportadoras da proteína, Oeste e Norte do Paraná, além de atendermos o Sul do Mato Grosso do Sul”, afirma Graciele Santos, gerente de Contas da empresa. “Somos responsáveis pelo transporte de grande parte de todo o frango exportado pelo Paraná”, completa. Conforme Graciele, outro fator que alavancou os resultados foi a entrada de novos clientes.
O processo de transporte começa no Porto de Paranaguá, de onde os contêineres reefer de 40 pés partem vazios em direção aos terminais multimodais de Cambé ou Cascavel. Esses terminais realizam a preparação dos contêineres, incluindo testes de maquinário, controle de temperatura, reparos e higienização. Em seguida, os contêineres são transportados por caminhões até o abatedouro, onde são carregados com cortes variados de frango congelado embalado e têm sua documentação emitida. Após o carregamento, os contêineres retornam aos terminais, onde são conectados à energia elétrica e passam por monitoramento frequente da temperatura.
Os contêineres são então carregados em trens de 41 vagões e percorrem cerca de 633 km em aproximadamente três dias e meio pela ferrovia até o Porto de Paranaguá. Essa redução do tempo de trânsito tem trazido benefícios significativos, considerando que a carne de frango é perecível e possui alto valor agregado. Durante toda a viagem de navio para diferentes países, como China, África do Sul, Japão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e México, os contêineres permanecem conectados à energia elétrica.
A logística ferroviária está impulsionando a exportação de carne de frango, estabelecendo recordes de movimentação e adicionando sustentabilidade ao setor. Essa abordagem inovadora e eficiente no transporte de alimentos destaca a importância do agronegócio brasileiro no mercado global e reforça a posição de liderança do Brasil como um dos principais produtores e exportadores de carne de frango do mundo.