Em um movimento ousado e pioneiro, Israel tornou-se o primeiro país do mundo a dar luz verde para a venda de carne bovina cultivada. A Aleph Farms, renomada por suas inovações em proteínas alternativas, obteve aprovação regulatória do Ministério da Saúde de Israel, marcando um avanço monumental para o setor global de proteínas alternativas.
Até o momento, apenas Estados Unidos e Singapura haviam permitido a comercialização de carne cultivada, mas exclusivamente de frango. A aprovação israelense abre as portas para uma nova era, onde a carne bovina cultivada ganha destaque, desafiando as convenções tradicionais da indústria alimentícia.
Gustavo Guadagnini, presidente do The Good Food Institute Brasil (GFI), uma entidade que desbravou a introdução da tecnologia de carne cultivada em Israel, expressa sua empolgação com essa conquista. Ele destaca que essa aprovação não apenas impulsiona a indústria de proteínas alternativas, mas também traz implicações significativas para o Brasil.
“O fato de que este produto específico já está programado para chegar ao Brasil, em parceria com a indústria local, é um testemunho do potencial que a carne cultivada tem para revolucionar o sistema alimentar, oferecendo alternativas sustentáveis e éticas sem comprometer o sabor ou a tradição”, afirma Guadagnini.
Este anúncio é especialmente significativo para o Brasil, que recentemente estabeleceu seu primeiro caminho regulatório para produtos de carne cultivada. Guadagnini destaca que o país pode agora posicionar-se como líder na adoção e inovação de proteínas alternativas, trazendo benefícios tanto para a economia quanto para o meio ambiente.
A Aleph Farms, sob a marca Aleph Cuts, está pronta para lançar seu primeiro produto: o “Petit Steak”. Este bife cultivado a partir de células de Angus premium representa um avanço significativo na integração de carne cultivada na dieta convencional.
O Petit Steak é uma obra-prima híbrida, composta por células não modificadas de uma vaca Angus preta premium, combinadas com uma matriz de proteína vegetal feita de soja e trigo. O produto promete o mesmo sabor e textura de carne bovina convencional, mas sem os impactos ambientais associados à criação convencional de gado.
O engenheiro agrônomo, Marcos Vilhena, destaca a importância desses reguladores de crescimento no manejo da macieira. “O desequilíbrio no desenvolvimento vegetativo da macieira pode comprometer a frutificação e a qualidade dos frutos. Os reguladores de crescimento atuam como aliados fundamentais, retardando o crescimento dos ramos, induzindo uma floração mais homogênea e melhorando a penetração da luz. Esses benefícios se traduzem em maior equilíbrio entre as partes produtiva e vegetativa, uniformidade no tamanho dos frutos, redução significativa nos custos com podas e um aumento expressivo na produtividade”, enfatiza Vilhena.
Quando os requisitos de rotulagem e inspeção da instalação forem concluídos, o Petit Steak estará disponível em restaurantes selecionados, antes de chegar aos serviços de alimentação e varejo. A empresa promete que, no lançamento, os preços serão comparáveis aos da carne bovina premium convencional, tornando a escolha pela carne cultivada uma opção acessível e saborosa.
Israel: Líder global em proteínas alternativas
Com três das oito principais empresas de carne cultivada do mundo, Israel já demonstrou seu compromisso com as proteínas alternativas. Esse movimento é crucial em um país que enfrenta desafios significativos relacionados à segurança alimentar.
De acordo com dados governamentais de 2021, 16% das famílias israelenses e 21% das crianças enfrentam insegurança alimentar. A carne cultivada surge como uma solução promissora, não dependendo da agricultura convencional de gado, o que é especialmente relevante em um país com climas desafiadores e vastas áreas desérticas.
A Aleph Farms, após sua conquista em Israel, já solicitou autorizações para venda em Singapura, Suíça, Reino Unido e nos Estados Unidos, indicando uma rápida expansão global dessa inovação.
A carne bovina cultivada não é mais uma visão futurista; é uma realidade palpável que promete transformar a maneira como encaramos a produção de carne e seu impacto no meio ambiente. O mundo está testemunhando uma revolução saborosa, e Israel lidera o caminho.