No encerramento da 12ª Aquishow, realizada em São José do Rio Preto, um estudo de nove anos sobre a eficácia da autoalimentação de peixes foi premiado com o primeiro lugar na categoria Academia do Prêmio Inovação Aquícola. A pesquisa, intitulada “A autoalimentação dos peixes: o próximo passo para a piscicultura de precisão no Brasil”, apresentou resultados promissores relacionados à produção zootécnica, ao bem-estar dos animais e à redução da excreção de fósforo no ambiente.
Desenvolvido pelo professor adjunto da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Engenheiro de Pesca e Doutor em Zootecnia, Bruno Olivetti de Mattos, juntamente com o professor adjunto da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Zootecnista e Doutor em Fisiologia e Nutrição de peixes, Rodrigo Fortes da Silva, o estudo contou com o apoio da Nuter Alimentadores Automáticos. A pesquisa teve início em 2014 e foi inspirada pelo professor Francisco Javier Sánchez-Vázquez, da Universidad de Murcia, na Espanha, um renomado pesquisador na área de alimentação automatizada na aquicultura.
O estudo avançou ao longo dos anos e envolveu avaliações com peixes da espécie pirarucu, possibilitando a avaliação da autoalimentação desses animais. A pesquisa demonstrou que os peixes se alimentam durante o dia, na presença de luz natural, e apresentaram um padrão estável de seleção de dietas, resultando em um nível proteico selecionado de 44%. Além disso, foram realizadas experiências com peixes tambaqui no Amazonas, utilizando os alimentadores automáticos da Nuter com tecnologia em 3D. Os resultados mostraram maior eficiência na produção, menor custo de alimentação, melhoria do bem-estar dos peixes e redução dos níveis de excreção de fósforo na água.
O próximo passo da pesquisa é aplicar a autoalimentação em tanques-rede com tilápias, visando melhorar o desempenho zootécnico dos peixes, a parte sanitária, os parâmetros de bem-estar animal e avaliar o sistema de produção como um todo.
Com a premiação do estudo e a introdução dos alimentadores automáticos no mercado, a aquicultura brasileira se beneficia com avanços significativos na produção de peixes, alinhados com os conceitos da indústria 4.0 e promovendo a sustentabilidade do setor. A pesquisa demonstra o potencial de inovação e desenvolvimento tecnológico do Brasil na área da piscicultura, impulsionando o crescimento e a eficiência do setor.
Tecnologia 3D na produção de peixes
Um estudo pioneiro desenvolvido na Bahia e na Região Norte do Brasil está revolucionando a forma como os peixes são alimentados e produzidos. O projeto, conduzido pelo professor Bruno Mattos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), utilizou a tecnologia tridimensional (3D) para aperfeiçoar a alimentação de peixes, trazendo benefícios para a produção.
A pesquisa inicialmente foi conduzida na Bahia e posteriormente no Amazonas, onde foram realizados experimentos com espécies de peixes do tambaqui. Protótipos dos alimentadores automáticos que utilizam tecnologia 3D, foram incorporados ao projeto. Os resultados foram promissores: maior eficiência na produção, redução dos custos de alimentação, melhoria do bem-estar dos peixes e diminuição dos níveis de excreção de fósforo na água.
O próximo objetivo do pesquisador é aplicar a autoalimentação em tanques-rede com tilápias. O estudo teve início em caixas d’água de 250 litros com poucos peixes e, posteriormente, foi expandido para tanques de 1.000 litros. Agora, o objetivo é incluir produtores e servidores nesse processo, visando melhorar as condições sociais da região.
A aplicação da tecnologia 3D no sistema de produção de tilápias irá avaliar diversos aspectos, como o desempenho zootécnico dos peixes, a saúde e o bem-estar animal, além de analisar o sistema de produção como um todo.
Essa pesquisa destaca o potencial da tecnologia 3D na agricultura e na produção animal, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis. A aplicação da tecnologia não apenas melhora a eficiência e produtividade, mas também contribui para a redução do impacto ambiental, minimizando a excreção de substâncias nocivas na água.
À medida que essa pesquisa avança e a tecnologia 3D continua a evoluir, podemos esperar mais avanços na produção de peixes e em outros setores da agricultura. A tecnologia 3D está se mostrando uma aliada importante na busca por sistemas de produção mais eficientes, responsáveis e socialmente responsáveis.