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Garrotilho em equinos: Entenda os riscos, sintomas e como prevenir a disseminação da doença

Doença altamente contagiosa impacta a saúde e o desempenho dos cavalos; especialistas explicam formas de prevenção e controle
Os primeiros sinais clínicos incluem febre, apatia e falta de apetite. Foto: Divulgação

O sistema respiratório dos equinos está sujeito a diversas doenças que comprometem seu desempenho, tanto no esporte quanto nas atividades de lida. Entre elas, o Garrotilho, ou Adenite Equina, se destaca pela rápida disseminação e pelo impacto severo nos animais, especialmente nos mais jovens ou com imunidade fragilizada.

A doença é causada pela bactéria Streptococcus equi subsp. equi, que se aloja na mucosa nasal, oral e nasofaríngea dos cavalos. O contágio ocorre pelo contato direto entre animais infectados e sadios ou por meio de objetos contaminados, como bebedouros, pastagens e utensílios compartilhados.

“O Garrotilho tem como característica sua rápida disseminação. Uma vez presente na tropa, ele pode afetar um grande número de equinos. Além do contato direto, os utensílios e instalações compartilhadas podem atuar como vetores de transmissão”, alerta Camila Senna, médica-veterinária e coordenadora técnica de equinos.

Os primeiros sinais clínicos incluem febre, apatia e falta de apetite. À medida que a infecção progride, surgem abscessos nos linfonodos do pescoço, que se rompem em cerca de 14 dias, liberando secreção purulenta e aumentando ainda mais a disseminação da bactéria. Além do desconforto, o inchaço dos linfonodos pode obstruir parcialmente a faringe, comprometendo a respiração e a performance do animal.

“Além da dificuldade respiratória, os surtos da doença ocorrem rapidamente dentro de uma mesma propriedade. Mesmo após a recuperação clínica, alguns cavalos seguem eliminando a bactéria no ambiente, tornando-se transmissores silenciosos da doença”, explica Senna.

Os impactos são ainda mais significativos para equinos atletas, que precisam interromper os treinamentos e competições para a recuperação completa. Embora tenha alta morbidade, o Garrotilho apresenta baixa taxa de mortalidade, mas pode deixar sequelas como sinusites bacterianas, empiema das bolsas guturais e paralisia do nervo laríngeo recorrente, afetando a qualidade de vida do animal.

Diante da dificuldade no controle de surtos e dos prejuízos causados, a principal medida preventiva é a vacinação de todo o plantel. A imunização, realizada com cepas inativadas de Streptococcus equi subsp. equi, protege amplamente os equinos. O protocolo de primovacinação consiste em três doses com intervalo de 28 dias entre elas, seguidas de reforço anual ou conforme orientação veterinária.

“No mundo equestre, onde os animais viajam constantemente e têm contato frequente com outros cavalos, a vacinação se torna essencial. Além de fortalecer o sistema imunológico dos equinos, a prevenção reduz custos com tratamentos e mão de obra no longo prazo”, ressalta Senna.

A conscientização sobre a doença e a adoção de práticas sanitárias rigorosas são fundamentais para reduzir sua incidência e garantir a saúde dos equinos. O manejo adequado, aliado à vacinação, forma a principal barreira contra a disseminação do Garrotilho nos plantéis.

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