A Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) está revolucionando a produção de banana marmelo em Goiás por meio de uma pesquisa pioneira. Pesquisadores da Emater desenvolveram estudos de multiplicação in vitro de mudas dessa variedade de banana, obtendo resultados surpreendentes em menos de dois anos. Com 100% de produtividade, todas as 76 mudas plantadas resultaram em cachos frutíferos.
O processo de multiplicação in vitro, também conhecido como cultura de tecidos, teve duração de 9 meses. Em setembro de 2021, as mudas foram plantadas, e em março de 2022, elas já começaram a frutificar. No final de junho, os pesquisadores colheram os quatro primeiros cachos. O aspecto mais impressionante dessa conquista é que todas as 76 plantas produziam frutos, um fato incomum no cultivo da banana marmelo. Desde então, tem sido possível colher em média de 8 a 9 cachos por semana.
Maurízia de Fátima Carneiro, pesquisadora responsável pelo cultivo in vitro da banana marmelo na Emater, explica que o objetivo principal da cultura de tecidos é obter um maior número de mudas em um curto período de tempo, mantendo as características genéticas da planta e eliminando microrganismos prejudiciais . Isso possibilita uma produção em larga escala.
A banana marmelo possui um tamanho menor do que outras variedades, apresentando quinas bem marcadas, polpa de cor amarelo-claro e um sabor adocicado. Os cultivares colhidos pelos pesquisadores da Emater apreciaram frutos de tamanho médio, três quinas bem definidas e de alta produtividade.
Embora a banana marmelo não seja comumente consumida in natura, sendo utilizada principalmente na forma frita ou como matéria-prima para o doce de banana, os produtores que adquirem as mudanças desenvolvidas pela Emater terão acesso a um material de qualidade e livre de doenças. Isso possibilitará um aumento na rentabilidade, principalmente devido à demanda sólida dessa espécie em Goiás.
O uso de mudas certificadas de banana marmelo também reduz os riscos de disseminação de doenças e pragas nos bananais, como o Mal-do-Panamá. Maurízia ressalta que o uso de mudas provenientes do campo pode resultar na força em grande escala de doenças, comprometendo a viabilidade do solo para futuros plantios.
A aquisição de plantas certificadas, com melhor capacidade de reprodução, pode sustentar significativamente a produção de banana marmelo em Goiás. “Com essas mudas, podemos criar uma cadeia produtiva contínua e expandir a presença da banana marmelo no comércio do estado”, explica José Ricardo Caixeta, presidente da Emater.