Manter a produtividade do rebanho bovino durante o período de estiagem é um desafio constante para os pecuaristas brasileiros. Com a diminuição das chuvas, que sazonalmente afeta grande parte do território nacional, a qualidade e a quantidade de pastagens são severamente impactadas. Nesse contexto, estratégias eficazes de preservação do pasto aliadas à suplementação adequada tornam-se essenciais para evitar prejuízos.
“Esse é um período crítico onde a pastagem, que é a principal fonte de alimento dos bovinos, perde qualidade. Sem um preparo adequado, a queda na digestibilidade e no teor de proteínas do pasto pode comprometer seriamente o desempenho dos animais”, afirma Júlia Marques, médica-veterinária.
Durante a seca, as pastagens tendem a mudar de um tom esverdeado para o amarelado, indicando uma composição alterada. Esse fenômeno é causado pelo aumento de fibra indigestível e pela redução do teor de proteínas no pasto. “É nesse momento que a suplementação se torna crucial. A inclusão de suplementos específicos ajuda a manter o consumo adequado de nutrientes, garantindo a saúde e o desempenho do rebanho”, explica Júlia.
Uma técnica eficaz adotada por muitos pecuaristas é a vedação de áreas específicas da fazenda. Esse método consiste em impedir o acesso dos animais a determinadas áreas durante o período das chuvas, preservando a massa de forragem para a seca. “A vedação deve ser iniciada até 60 dias antes do final das chuvas. Essa prática garante uma reserva de forragem seca, que pode ser utilizada em combinação com suplementos para fornecer uma dieta equilibrada aos bovinos”, destaca a médica veterinária.
A suplementação durante a estiagem deve incluir produtos formulados especificamente para essa época, contendo níveis adequados de proteínas, vitaminas, minerais e energia. “Produtos que utilizam ureia ou farelos proteicos são essenciais para suprir as deficiências das pastagens secas”, enfatiza Júlia.
Além da vedação e suplementação, a transição do suplemento utilizado no período chuvoso para o da seca deve ser feita de maneira gradual. “A troca deve ocorrer enquanto os pastos ainda estão verdes, para evitar qualquer queda no desempenho dos animais. Recomenda-se uma mistura progressiva dos suplementos durante um período de três semanas, até que os animais se adaptem completamente ao novo suplemento”, aconselha Júlia.
A existem empresas que oferece uma linha de suplementos especialmente desenvolvidos para a estiagem, que inclui suplementos minerais proteicos e proteico-energéticos, além de produtos com ureia.
Mas, para adquirir qualquer produto é importante buscar informações com profissionais adequados, técnicos especializados para auxiliar os pecuaristas, oferecendo orientação e esclarecimento de dúvidas sobre as melhores práticas de suplementação e manejo de pastagens durante a seca.
Essas estratégias de preservação do pasto e suplementação adequada não apenas ajudam a minimizar os impactos negativos da seca, mas também contribuem para um manejo mais sustentável e eficiente dos recursos naturais, garantindo a continuidade da produção pecuária mesmo nas condições mais adversas.