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SUSTENTABILIDADE E PRODUÇÃO DE BAMBU

Entenda como o bambu pode ser um aliado a políticas públicas e parcerias estratégicas e ainda se tornar um dos maiores ativos do Brasil no cenário global

Com 230 espécies nativas e a maior floresta de bambu natural do mundo, o Brasil busca transformar desafios em oportunidades para impulsionar sustentabilidade, reflorestamento e inovação econômica.
Os projetos de reflorestamento apoiados pelo CEBIS têm demonstrado impactos positivos tanto no meio ambiente quanto na geração de renda. Foto: Divulgação.

Com mais de 200 milhões de anos de história e cerca de 1.300 espécies identificadas globalmente, o bambu é muito mais do que um recurso natural: é uma planta versátil com aplicações que vão da construção civil à fabricação de tecidos, móveis, papel e energia. O mercado global de bambu movimenta anualmente cerca de US$ 68 bilhões, destacando-se como um ativo econômico e ambiental de grande relevância.

No Brasil, que possui a maior floresta de bambu nativo do planeta e cerca de 230 variedades identificadas, este recurso coloca o país em posição de destaque no cenário global, atrás apenas da China em número de espécies. Apesar disso, o potencial do bambu no Brasil ainda enfrenta entraves como a ausência de uma cadeia produtiva estruturada e a falta de incentivos técnicos e econômicos para sua exploração sustentável.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO BRASIL

Embora a Lei 12.484/2011 reconheça o uso do bambu como estratégico para o desenvolvimento sustentável, sua aplicação prática depende de regulamentações complementares. Essa lacuna tem limitado o avanço de projetos que poderiam transformar o bambu em um ativo econômico e ambiental.

Katiane, presidente do Centro Brasileiro de Inovação e Sustentabilidade (CEBIS), destaca que a planta oferece soluções práticas para desafios ambientais e econômicos. “Nosso esforço é para que a COP30 revele o verdadeiro potencial do bambu brasileiro, mostrando como ele pode transformar passivos ambientais em ativos produtivos e econômicos”, afirma.

UM ALIADO PARA O MEIO AMBIENTE

O bambu é a planta de crescimento mais rápido do reino vegetal, podendo atingir seu pleno desenvolvimento em apenas cinco anos, comparado a décadas necessárias para árvores convencionais. Essa característica torna o bambu ideal para captura de CO₂ e reflorestamento, além de ajudar na recuperação de solos degradados, como áreas de mineração ou antigos lixões, por meio de um processo conhecido como fitorremediação.

Além disso, o bambu reduz a pressão sobre florestas nativas ao servir como alternativa sustentável à madeira em setores como construção civil e fabricação de móveis. A planta também pode ser transformada em carvão e biochar, produtos que aumentam a fertilidade do solo e promovem a produtividade agrícola.

IMPACTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS

Os projetos de reflorestamento apoiados pelo CEBIS têm demonstrado impactos positivos tanto no meio ambiente quanto na geração de renda. Em comunidades rurais, o cultivo de bambu oferece uma alternativa econômica viável, especialmente para a agricultura familiar. “O bambu possibilita uma rápida entrega de benefícios ambientais e econômicos, sendo essencial para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono”, reforça Katiane.

Atualmente, o CEBIS trabalha em parcerias com governos e instituições privadas para implementar projetos de reflorestamento e conscientização sobre o uso sustentável do bambu. A expectativa é que esses esforços fortaleçam a cadeia produtiva da planta, ampliando seu uso em setores estratégicos.

UM FUTURO PROMISSOR

O Brasil possui as condições naturais e a diversidade necessária para liderar o mercado global de bambu, promovendo inovação e sustentabilidade. Para isso, é necessário superar os desafios regulatórios e investir em pesquisa e desenvolvimento técnico, consolidando o bambu como uma peça-chave na transição para uma economia mais verde.

Como conclui Katiane: “O bambu brasileiro tem um potencial transformador. Precisamos unir esforços para garantir que ele seja reconhecido e utilizado como uma solução estratégica para os desafios ambientais e econômicos do futuro.”

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