O chocolate é uma paixão mundial, no Dia Mundial do Chocolate, celebrado em 7 de julho, vamos conhecer como esse delicioso produto está gerando oportunidades de empreendedorismo feminino nas comunidades de Barcarena, no Pará, com o apoio do Fundo de Sustentabilidade Hydro.
A história do chocolate remonta ao século 15, quando chegou à Europa e conquistou o paladar de milhões de pessoas ao redor do mundo. Atualmente, existem inúmeros tipos e sabores de chocolate, mas todos têm uma coisa em comum: o cacau como matéria-prima. E é justamente na região amazônica, mais especificamente no Pará, que se encontra o maior produtor de cacau do Brasil.
Segundo a Embrapa, o Pará é responsável por 96% da produção de cacau na Região Norte do país. Essa cultura é predominantemente cultivada por agricultores familiares em sistemas agroflorestais, ocupando áreas degradadas. A região da Transamazônica, especialmente os municípios de Novo Repartimento, Uruará e Medicilândia, destaca-se como o epicentro do polo cacaueiro do Pará, onde cerca de 80% da produção de cacau do estado está concentrada.
Nesse contexto, o Projeto Tipitix tem desempenhado um papel fundamental ao promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia e apoiar agricultores familiares que trabalham com o cacau. Desde 2021, o projeto já beneficiou 43 empreendedores de 21 comunidades em Barcarena, impulsionando a criação de 54 produtos que foram lançados no mercado. Dentre esses empreendimentos, destacam-se três, liderados por mulheres que atuam na cadeia produtiva do cacau.
Uma dessas empreendedoras é Dona Abilene Pereira de Brito, conhecida como Vovó Bel, que desenvolveu a técnica do chocolate caseiro, passada de geração em geração em sua família. Inspirada pela mãe, Dona Abilene produz o chocolate Vovó Bel, sempre buscando oferecer as melhores barras de chocolate artesanal. Seu empreendimento familiar conta com a participação de sua irmã, sobrinho e filhas, e busca utilizar matérias-primas cultivadas na região por agricultores familiares parceiros.
Outra empreendedora apoiada pelo projeto é Elene Elda, uma mulher ribeirinha que trabalha com o cacau da variedade Forasteiro. Elene realiza todas as etapas da produção de forma tradicional, desde a colheita dos frutos até a fermentação, secagem das amêndoas e preparação do chocolate. Seu chocolate em pó, que leva o nome e os sabores do rio Arauaia, é feito apenas com puro nibs de cacau e açúcar, sem conservantes, glúten ou lactose.
Essas empreendedoras são exemplos do potencial do cacau como gerador de renda e oportunidades na região. Além disso, o chocolate, quando consumido com moderação e em versões com alto teor de cacau, pode trazer benefícios à saúde. O cacau é rico em ferro, atua na prevenção de anemias, melhora o humor, combate a ansiedade e a depressão, previne doenças cardiovasculares, reduz o risco de diabetes, entre outros benefícios.
Neste Dia Mundial do Chocolate, celebremos não apenas o sabor e a doçura desse alimento tão amado, mas também reconheçamos o potencial transformador que o chocolate tem, gerando empreendedorismo feminino e promovendo o desenvolvimento sustentável nas comunidades da Amazônia.