O cenário agrícola em Mato Grosso enfrenta um desafio crucial nesta safra, com o plantio da soja atrasado devido à escassez de chuvas. Até o momento, apenas 80% da área planejada para a safra 2023/24 foi cultivada, representando um recuo significativo em comparação com os anos anteriores, segundo dados do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A irregularidade climática, que afeta diretamente o cultivo da soja, emerge como um alerta para os agricultores do estado. Antonio Henrique Botelho, engenheiro agrônomo e proprietário de uma das principais distribuidoras de sementes e insumos da região, destaca a apreensão no setor. “Produtores já estão recorrendo à irrigação, quando, normalmente, o solo estaria encharcado pelas chuvas. Prevemos uma redução de pelo menos 10% na área destinada ao milho segunda safra devido a essa janela comprometida”, adverte Botelho.
A expectativa agora recai sobre a regularização das chuvas, uma condição essencial para avaliar os impactos do atraso no plantio de soja e, consequentemente, a necessidade de replantio. “Além do prejuízo financeiro, o replantio pode prejudicar ainda mais a janela ideal para o milho segunda safra”, enfatiza o especialista.
Botelho ressalta que, além de afetar a produtividade da soja, o atraso na semeadura pode comprometer a qualidade do milho, privando-o das condições ideais de cultivo. Os prejuízos, até o momento, são incalculáveis, gerando preocupação no setor agrícola do estado. A espera agora é por condições climáticas mais favoráveis, enquanto os agricultores monitoram de perto o que foi plantado, cientes dos desafios que podem impactar toda a cadeia produtiva.