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SAFRA DE SOJA

Desafios na terra da soja: Mato Grosso registra pior produtividade em 15 Anos

Analistas indicam quebras de safra em quatro estados produtores, com destaque para o cenário desafiador no coração do agronegócio brasileiro
A situação também se estende a outros estados, como Goiás, a projeção é de uma produtividade 7% abaixo da tendência, enquanto o Mato Grosso do Sul enfrenta impactos da seca, refletindo em uma estimativa de 57,7 sacas/hectare, comparado às 62 sacas/hectare da safra anterior. No Paraná, embora menos impactado, a produtividade está 2% abaixo da tendência. Foto: Divulgação

A safra de soja, que sempre foi o orgulho e o motor do agronegócio brasileiro, enfrenta um capítulo desafiador este ano, especialmente no coração produtivo do Mato Grosso. Os números recentes analisados pela EarthDaily Agro, especialistas em sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites, revelam uma tendência alarmante: a produtividade da soja no estado é a pior em 15 anos. Vamos explorar os dados e entender o que está por trás dessa perspectiva sombria para os agricultores mato-grossenses e, por extensão, para o agronegócio nacional.

Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro, traz à tona uma projeção preocupante. “Mesmo com uma estimativa conservadora em relação a outras fontes, como a Conab e o USDA, continuamos com o viés de baixa”, destaca Reis. O Mato Grosso, conhecido por seus campos exuberantes de soja, enfrenta uma curva de evolução do índice de vegetação (NDVI) extremamente desfavorável. Comparando com safras passadas, como 2015/16 e 2012/13, anos de quebra de safra, a atual situação é ainda mais crítica.

No epicentro da crise, a quebra da safra em Mato Grosso é projetada como a pior dos últimos 15 anos, com uma estimativa de 15% abaixo da tendência. Reis compara: “O pior resultado foi em 2016, quando ficou 13% abaixo da tendência. Para o ciclo atual, a projeção é de 52,12 sacas por hectare, marcando uma significativa redução em comparação com as 62,88 sacas/hectare registradas na safra passada”.

A situação também se estende a outros estados. Em Goiás, a projeção é de uma produtividade 7% abaixo da tendência, enquanto o Mato Grosso do Sul enfrenta impactos da seca, refletindo em uma estimativa de 57,7 sacas/hectare, comparado às 62 sacas/hectare da safra anterior. No Paraná, embora menos impactado, a produtividade está 2% abaixo da tendência.

A seca e a queda da umidade do solo são os principais vilões desse cenário, afetando diretamente o desenvolvimento das lavouras. Reis aponta para a necessidade urgente de monitorar as condições climáticas, especialmente a previsão de retorno das chuvas, que poderiam amenizar a situação, mas o tempo é crucial.

Enquanto a agricultura se adapta e busca soluções diante desses desafios climáticos, o analista de safra reforça a importância do monitoramento contínuo e de estratégias resilientes para enfrentar as adversidades climáticas. O setor do agronegócio, que sempre mostrou sua resiliência, agora se vê diante de um teste crucial. Como a Terra da Soja se reinventará diante desses desafios? As respostas estão nas mãos do tempo e nas ações estratégicas dos agricultores que moldam a paisagem do campo brasileiro.

Esta temporada promete ser mais do que um ciclo de plantio; é um capítulo que escreverá a história da superação no agronegócio brasileiro.

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