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AGRICULTURA

Cultura do milheto é considerada pela ONU o grão do ano de 2023

Com produtividade recorde e múltiplos benefícios, o milheto granífero ganha destaque na agricultura brasileira, impulsionado pelo alongamento da safra de soja.
Foto de divulgação: Pixabay

A cultura do milheto granífero está ganhando cada vez mais espaço nas lavouras brasileiras e sendo reconhecida internacionalmente como uma cultura promissora. A Organização das Nações Unidas (ONU) nomeou o milheto como o “Grão do Ano de 2023”, destacando seus múltiplos benefícios para a agricultura sustentável e segurança alimentar.

Com produtividade média entre 40 e 50 sacas por hectare, o milheto granífero é uma alternativa atraente para os agricultores, especialmente em períodos de alongamento da safra de soja. Sua capacidade de produzir grãos de alta qualidade e liquidez no mercado, aliada ao menor consumo de água quando comparado ao milho e ao sorgo, o torna uma excelente opção para otimizar os recursos dos produtores.

A safra de milheto granífero ocorre de início de fevereiro a 10 de março, período que se mostra estratégico para os agricultores que buscam evitar riscos com o plantio tardio do milho safrinha após 25 de fevereiro. Segundo Dienaro Bastos Spanholi, gerente comercial de empresa de produção de sementes de milheto no Brasil, “onde o milho é risco, o milheto é lucro”.

A produção de milheto é considerada de alta produtividade, onde produz entre 40 e 50 sacas por hectare, além de outros benefícios como reciclagem de nutrientes, controle de nematoides e palhada de qualidade.

A ampla aceitação do milheto granífero no Brasil, segundo Dienaro, é comprovada na propria empresa que trabalha, onde comercializaram cerca de 300 mil hectares somente de seus híbridos graníferos, alcançando uma produção de grãos estimada em mais de meio milhão de toneladas, um crescimento de 226% nos últimos 5 anos. Esse volume é facilmente absorvido pela indústria de rações e granjas, tornando o mercado altamente demandante.

Além de ser uma importante cultura para a produção de ração animal, o milheto tem potencial para ampliar suas aplicações na indústria alimentícia. Desde 2021, ele é classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como um ingrediente integral para a produção de alimentos, o que abre novas oportunidades comerciais para a cultura.

O milheto possui uma composição nutricional rica, com 50% a mais de proteína em comparação ao milho, maior teor de óleo e aminoácidos, e é livre de glúten. Essas características o tornam uma excelente matéria-prima para a produção de pães, biscoitos, bolos, farinhas, mingaus, cereais integrais, entre outros alimentos.

Os benefícios proporcionados pelo milheto granífero, tanto para a agricultura quanto para a alimentação humana, levaram a ONU a declarar 2023 como o “Ano Internacional do Milheto”. A cultura é vista como uma aliada no desenvolvimento sustentável, na adaptação às mudanças climáticas, na promoção da biodiversidade e na transformação dos sistemas agroalimentares.

O sucesso do milheto granífero na agricultura brasileira é resultado da dedicação dos agricultores em adotar práticas sustentáveis e inovadoras. Com seu papel fundamental na segurança alimentar e na preservação do meio ambiente, o milheto se consolida como uma importante cultura do futuro, trazendo avanços significativos para o agronegócio brasileiro.

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