O amendoim, que antes era dedicado principalmente à rotação com a cana-de-açúcar, tornou-se uma cultura em ascensão no Brasil, conquistando destaque no cenário internacional. Com o país sendo um dos principais exportadores da leguminosa e seu óleo, muitos produtores têm encontrado uma rentabilidade considerável, impulsionada pela crescente demanda internacional.
Atualmente, aproximadamente 60% da produção nacional de amendoim é destinada à exportação. Além disso, a área de plantio está em constante expansão, chegando a dobrar em algumas regiões produtivas. O cultivo, antes centrado em São Paulo, expandiu-se para estados como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná. A Conab estima um crescimento de 10,41% na área plantada com amendoim nesta safra.
Apesar das oportunidades oferecidas pelo mercado internacional e da adaptabilidade do amendoim a diferentes condições climáticas e tipos de solo, as chuvas irregulares no início da safra impactaram os planos dos produtores. Segundo Guilherme Gadelha, representante técnico, muitos agricultores tiveram que atrasar o plantio, enfrentando desafios adicionais.
“Há pouca pesquisa e informações técnicas disponíveis sobre o cultivo do amendoim. Até recentemente, havia poucas soluções específicas para a cultura. O amendoim demanda um manejo cuidadoso e requer investimentos significativos por hectare. Até recentemente, havia poucas soluções técnicas dedicadas à cultura”, destaca Gadelha.
Segundo o analista de operações de uma grande líder global em proteção de culturas, Christian Queiroz, a empresa que trabalha está implementando um plano piloto de barter, um sistema de trocas, exclusivo para atender produtores de amendoim. O programa iniciado no ano anterior pretende ser aplicado na próxima safra. “O barter permite que o produtor de amendoim troque parte de sua produção por defensivos agrícolas, reduzindo o risco de flutuações de preço e realizando hedge. Essa ferramenta tem sido uma porta de entrada para uma cultura cada vez mais significativa no mercado nacional e internacional, proporcionando mais segurança e confiança aos produtores”, conclui Queiroz.