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ABELHA SEM FERRÃO

Como a meliponicultura está transformando o sertão nordestino

Projeto “No Clima da Caatinga” de capacitação na arte da meliponicultura, impacta comunidades rurais, ao gerar renda e preservar abelhas sem ferrão.
. Com destaque para a Jandaíra, uma abelha endêmica da Caatinga e ameaçada de extinção. Foto: Pixabay

No coração árido do sertão nordestino, um zumbido promissor ecoa – não de ferro, mas de um futuro mais sustentável. A Associação Caatinga, com sua visão ecológica e foco no desenvolvimento das comunidades rurais, está liderando uma revolução silenciosa, disseminando a prática da meliponicultura. Isso não é apenas uma criação de abelhas nativas da Caatinga, mas uma oportunidade de conservar a natureza e gerar renda para dezenas de comunidades nos arredores da Reserva Natural Serra das Almas, entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI).

O projeto “No Clima da Caatinga”, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, é a luz no fim do túnel para aquelas que há muito vivem em harmonia com a Caatinga. Daniel Fernandes, coordenador geral da Associação Caatinga, compartilha com entusiasmo: “Desde 2011, foram distribuídos mais de 310 enxames de abelhas nativas, mais de 350 pessoas foram capacitadas e construímos 12 meliponários, que é a estrutura física própria para a criação de abelhas.”

A meliponicultura, ou a criação de abelhas nativas da Caatinga com ferrão atrofiado, mas conhecidas como “abelhas sem ferrão”, está se revelando uma prática agrícola legal e sustentável que promove a polinização de plantas nativas no semiárido. Carlito Lima, agente de mobilização do projeto, esclarece: “É uma atividade agrícola sustentável e legalizada que gera renda ao mesmo tempo em que incentiva a polinização de plantas nativas do semiárido.”

Para garantir o sucesso da meliponicultura e dissipar dúvidas, a equipe do “No Clima da Caatinga” oferece treinamentos, visitas técnicas às comunidades e fornece ferramentas essenciais para o manejo das abelhas Jandaíra. Além disso, uma cartilha informativa sobre o assunto está disponível para download no site da instituição.

Em meio a esse zumbido de atividade e conservação, histórias inspiradoras surgem. Moacir Lima, um agricultor de Santana, em Crateús (CE), encontrou uma nova paixão e fonte de renda com o apoio do projeto: “Saber que a gente está contribuindo com a natureza é muito importante. Porque a gente não tá só preservando as abelhas, mas preservando o meio ambiente, né? E ainda por cima conseguindo gerar um dinheiro extra com isso para ajudar na renda familiar.”

Além de impulsionar a renda, a meliponicultura desempenha um papel crucial na conservação das florestas da região. Através do ato natural de polinização, as abelhas “sem ferrão” garantem a preservação da variabilidade das espécies nativas do semiárido. Com destaque para a Jandaíra, uma abelha endêmica da Caatinga e ameaçada de extinção, Carlito adverte: “O mel da Jandaíra tem fortes propriedades medicinais, um sabor diferenciado e é usado pelo povo sertanejo há séculos. No entanto, esse animal está ameaçado de extinção e já desapareceu de algumas áreas por causa da falta de florestas, o que torna a disseminação da meliponicultura ainda mais crucial.”

Neste zumbido sertanejo, a natureza e as comunidades rurais encontraram uma sinfonia de esperança. A Associação Caatinga e a Petrobras estão liderando o caminho para um sertão mais verde e próspero, onde a meliponicultura não é apenas um projeto, mas uma promessa de um futuro mais doce e sustentável.

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