No último relatório divulgado pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou uma notável alta nos preços das frutas e hortaliças mais comercializadas nos principais mercados atacadistas. A análise realizada no 11º Boletim, referente ao mês de outubro, revela que essa elevação nos preços é resultado direto das condições climáticas adversas ou das mudanças nas regiões fornecedoras desses produtos.
Entre as hortaliças mais afetadas, a cebola desponta com um aumento expressivo de 40,63% na média ponderada. Esse incremento foi observado em todas as Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas pela Conab. O final da safra nas regiões do Centro-Oeste e de Minas Gerais, aliado à redução da oferta da região Sul, impulsionou o encarecimento desse vegetal. As condições climáticas, especialmente chuvas pontuais, têm dificultado a colheita, agravando ainda mais os preços.
No caso da batata, a transição entre a safra de inverno para a safra das águas marca a entrada da região Sul no abastecimento desse tubérculo. Embora o plantio pareça seguir normalmente, as chuvas na região podem ter atrasado esse processo, resultando no adiamento da colheita e, consequentemente, no pico da safra. Já a alface registrou um aumento de 28,32% nos preços, impulsionado pelas elevadas temperaturas, que aumentaram a demanda por essa folhosa e prejudicaram a colheita.
Outro fator de destaque é a redução da oferta de laranja, impulsionando sua alta nos preços devido à demanda aquecida e direcionamento menor para o mercado de mesa, priorizando a indústria. A melancia também sofreu com a escassez, principalmente pelo fim da safra no norte goiano e meio-oeste do Tocantins, somado ao aumento da demanda devido ao clima quente.
Enquanto a maioria dos produtos registrou aumento nos preços, o tomate e a cenoura tiveram uma tendência oposta, apresentando queda devido à maior oferta. No entanto, para o tomate, a oferta pode ser escassa em algumas regiões, impactando negativamente a oferta.
No contexto das exportações, os números indicam um aumento de 6,16% no volume total enviado ao exterior durante os primeiros dez meses de 2023, comparado ao mesmo período do ano anterior. O faturamento foi de U$S 963,4 milhões, representando um crescimento de 20,24%.
Além das análises de mercado, o Boletim destacou o III Encontro Nacional de Bancos de Alimentos. Durante o evento, um Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimentos foi celebrado, fortalecendo a importância dessas instituições no acesso à alimentação para pessoas em vulnerabilidade social.