A Bioeconomia brasileira está em ascensão e se tornou um dos principais motores do agronegócio do país. Segundo um estudo do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), as exportações do setor atingiram impressionantes US＄ 162,6 bilhões em 2022, representando 45,8% de todas as exportações brasileiras.
O crescimento da Bioeconomia impulsionou o saldo comercial positivo, atingindo US＄ 124,7 bilhões, um aumento de 49,4% em comparação a 2021. Essa variação é a maior já registrada desde o início da série histórica em 1997. As importações do setor totalizaram US＄ 37,9 bilhões.
O setor primário foi o grande protagonista desse crescimento, registrando um saldo comercial positivo de US＄ 69,4 bilhões. Composto por 34 atividades relacionadas à produção agropecuária, representou 38,6% de crescimento em relação ao ano anterior. Em seguida, a Bioindústria, composta por 59 atividades da indústria de base 100% biológica, como abate de carnes, refino de açúcar, produção de papel e celulose e biocombustíveis, alcançou um saldo de US＄ 63,9 bilhões.
Por outro lado, a Indústria com viés biológico, que engloba 51 atividades com insumos de biomassa e biológicos, como calçados e artefatos de couro, teve uma redução no déficit comercial de 33,2%, passando de – US＄ 13,1 bilhões em 2021 para – US＄ 8,7 bilhões em 2022.
O estudo também revelou que o setor primário teve seu melhor desempenho desde 2012, sendo responsável por 55,6% do superávit obtido em 2022. Esse setor contribuiu com US＄ 19,3 bilhões do crescimento total do saldo comercial da Bioeconomia, que foi de US＄ 41,3 bilhões em comparação a 2021.
A Bioindústria também teve uma participação significativa no crescimento do superávit, representando 42,6% desse aumento absoluto. Com um crescimento de US＄ 17,6 bilhões, essa indústria contribuiu com US＄ 426 mil de cada US＄ 1 milhão do saldo da balança comercial.
A Indústria com viés biológico, mesmo mantendo um saldo negativo, apresentou uma redução do déficit de -33,2%, representando uma participação de -7,0% no crescimento do superávit.
O estudo do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV utilizou dados de exportação de produtos brasileiros coletados na ComexStat, com segmentação de acordo com o uso de produtos e insumos biológicos. Essa pesquisa pioneira destaca a importância crescente da Bioeconomia no Brasil e sua contribuição para impulsionar o agronegócio e fortalecer a balança comercial do país.
A Bioeconomia brasileira tem se mostrado um setor promissor, impulsionado pela competitividade do país nas atividades agropecuárias e na bioindústria. Além disso, fatores externos, como o aumento dos preços das commodities devido a conflitos internacionais, têm contribuído para o crescimento do setor.
Esse crescimento robusto da Bioeconomia coloca o Brasil como um protagonista global nesse setor, evidenciando a importância de investimentos contínuos, políticas públicas adequadas e inovação para aproveitar todo o potencial desse segmento econômico em crescimento.
