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JARDINAGEM E SOLO

QUAL ADUBO USAR NO SEU JARDIM: MINERAL, ORGANOMINERAL OU ORGÂNICO?

Engenheiro agrônomo explica diferenças entre os tipos de adubo e como identificar o ideal para cada planta
A escolha do adubo influencia diretamente a saúde e a vitalidade das plantas. Foto: Divulgação.

Cuidar de um jardim exige mais do que podas regulares e regas frequentes. Por trás de plantas vistosas e floridas, existe uma ciência silenciosa que sustenta o crescimento e a vitalidade: a nutrição do solo. E é justamente aí que entra a importância da escolha do adubo, um dos fatores mais determinantes para o equilíbrio das plantas e o sucesso do cultivo.

De acordo com o engenheiro agrônomo Ramon Morais, especialista em nutrição vegetal, compreender as diferenças entre os adubos minerais, orgânicos e organominerais é fundamental para quem deseja resultados duradouros e sustentáveis. “Cada tipo de adubo tem um papel específico. O segredo está em entender o que a planta realmente precisa e qual o melhor momento para fornecer esses nutrientes”, explica o agrônomo.

ADUBO MINERAL: ABSORÇÃO RÁPIDA E ALTA DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES

Os adubos minerais são compostos a partir de fontes inorgânicas, geralmente rochas moídas ou produtos resultantes de reações químicas. Possuem em sua formulação macro e micronutrientes essenciais, como nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn).

Morais destaca que esse tipo de adubo tem absorção imediata, o que o torna ideal em situações em que as plantas apresentam sinais visíveis de deficiência nutricional. “Por serem solúveis, os minerais são rapidamente assimilados pelas raízes, permitindo uma resposta quase imediata. No entanto, exigem aplicação controlada, pois o excesso pode causar desequilíbrios no solo ou até queimar as raízes”, alerta o especialista.

Para jardins ornamentais e gramados, onde se busca crescimento vigoroso e coloração intensa, o uso equilibrado de adubos minerais pode ser determinante, especialmente em períodos de floração ou frutificação.

ADUBO ORGÂNICO: ALIMENTA O SOLO ANTES DE ALIMENTAR A PLANTA

Os adubos orgânicos são produzidos a partir de matéria orgânica decomposta, como restos vegetais, esterco curtido, compostos naturais ou resíduos de origem biológica. Diferentemente dos minerais, eles dependem da ação de microrganismos do solo para liberar gradualmente os nutrientes.

“É um processo mais lento, mas extremamente benéfico. Os adubos orgânicos melhoram a estrutura do solo, aumentam a retenção de água e estimulam a vida microbiana, o que fortalece o sistema radicular e a capacidade de absorção da planta”, detalha Morais.

No entanto, o agrônomo ressalta que os orgânicos nem sempre fornecem todos os nutrientes de que uma planta precisa. “Eles são ricos em matéria orgânica e ajudam na regeneração do solo, mas podem ter deficiência em alguns elementos específicos, como fósforo ou potássio”, explica.

Esse tipo de adubo é muito indicado para cultivos de longo prazo, hortas caseiras e jardins que prezam por manejo sustentável, valorizando o equilíbrio natural do ecossistema.

ADUBO ORGANOMINERAL: O ENCONTRO ENTRE CIÊNCIA E NATUREZA

Entre os dois extremos, surge uma opção intermediária e cada vez mais adotada por jardineiros e produtores: o adubo organomineral. Ele combina a matéria orgânica, que melhora as propriedades físicas e biológicas do solo, com nutrientes minerais de rápida absorção.

“Os organominerais unem o melhor dos dois mundos. A parte orgânica cria um ambiente biológico saudável, enquanto os minerais completam o fornecimento nutricional. Isso garante uma liberação equilibrada e contínua de nutrientes, sem sobrecarregar o solo”, explica o engenheiro agrônomo.

Esse tipo de adubo é indicado para manutenção regular de jardins, cultivos ornamentais e até hortas urbanas, pois proporciona equilíbrio nutricional e melhora gradualmente a fertilidade do solo, reduzindo a necessidade de correções frequentes.

COMO ESCOLHER O ADUBO CERTO PARA CADA PLANTA

De acordo com Morais, a escolha do adubo ideal depende de fatores como espécie da planta, fase de desenvolvimento, tipo de solo e frequência de irrigação. “Mais importante do que seguir modismos é observar o comportamento da planta e entender suas reais necessidades. Cada espécie reage de forma diferente à nutrição e à forma de adubação”, reforça.

O especialista recomenda sempre ler o rótulo dos produtos, respeitar as dosagens recomendadas e evitar misturas caseiras sem orientação técnica. “O uso inadequado pode causar desequilíbrio nutricional, acidificação do solo e até contaminação ambiental”, alerta.

CUIDAR DO SOLO É CUIDAR DO JARDIM

Para o engenheiro agrônomo, a adubação deve ser vista como uma prática de manejo consciente, e não apenas uma rotina de aplicação de nutrientes. “Um solo bem cuidado é o reflexo de um jardim saudável. Quando escolhemos o adubo certo, no momento certo, o resultado aparece em forma de vigor, cor e vida”, conclui.

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