cotações de Comodities

Cotação do dollar

FRUTICULTURA NO PARANÁ

Produtores de acerola em Pérola (PR) buscam reconhecimento por Indicação Geográfica: Um passo para valorizar o mercado nacional e internacional

Fruticultores locais se unem ao Sebrae e outras instituições para garantir o selo de Indicação Geográfica, fortalecendo a economia, a autenticidade e a qualidade da acerola cultivada no município, conhecida por seu alto teor de vitamina C e certificação orgânica internacional.
O secretário de Agricultura de Pérola, Luciano Lazarin, destaca que a acerola é a estrela da fruticultura em Pérola. Foto: Divulgação.

A busca pela Indicação Geográfica (IG) para a acerola cultivada em Pérola, município no noroeste do Paraná, ganha cada vez mais força. O processo, iniciado em abril deste ano, envolve uma ação coletiva que conta com a participação da Cooperativa Agrícola dos Fruticultores de Pérola (Frutipérola), Sebrae/PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e a prefeitura municipal. O objetivo é adicionar valor ao produto já certificado organicamente e ampliar seu reconhecimento em mercados nacional e internacional.

O fruticultor Edson Pinguello, pioneiro no cultivo de acerola na região desde os anos 90, destaca a importância da IG para a valorização do produto: “Nossa acerola é diferente. Além de ser rica em vitamina C, possui sabor e características únicas que só o solo arenoso da nossa região proporciona.” De fato, o teor de ácido ascórbico da acerola de Pérola, classificado em mais de 1.000 mg por 100 g, supera os padrões da indústria.

Além do elevado teor nutricional, a coloração vermelha intensa da polpa – uma característica valorizada no mercado – é resultado direto das condições geográficas da região, que inclui o solo arenoso do Arenito Caiuá e altos índices de chuvas, ainda que a irrigação por gotejamento esteja sendo estudada para driblar variações climáticas.

Atualmente, cerca de 30 hectares são destinados à acerola no município, com aproximadamente 10 mil pés plantados. Edson, que possui um pomar de 1,2 hectare, reforça a importância da produção para a economia local: “Quase toda nossa produção é vendida via cooperativa. A renda da minha família e de outros 35 produtores de acerola da Frutipérola depende diretamente dessa fruta.”

A estimativa é que, entre setembro e maio, sejam colhidas manualmente cerca de 300 toneladas de acerola por safra. A maior parte da produção é destinada ao estado de São Paulo, onde é vendida in natura, resfriada ou em polpa ainda verde, preservando seu teor máximo de vitamina C. Além disso, uma pequena parte da produção é transformada em pó e utilizada pela indústria farmacêutica, e novas oportunidades, como a produção de geleias e sucos prontos, começam a ser exploradas.

Reconhecimento e Expansão de Mercado

A Indicação Geográfica é um reconhecimento importante concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que destaca produtos ou serviços de uma região com características diferenciadas. Luciano Lazarin, secretário de Agricultura de Pérola, reforça a relevância desse selo: “A IG não só valida a autenticidade do produto, mas também abre portas para novos mercados. A acerola movimenta até R$ 5 milhões a cada safra, e essa certificação vai nos ajudar a agregar ainda mais valor ao produto.”

Luciano, também ressalta o trabalho contínuo da Frutipérola em desenvolver novas variedades de acerola, como as cultivares Bruna e Letícia, identificadas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que prometem ainda mais potencial de extração de vitamina C e destaca que a acerola é a estrela da fruticultura em Pérola. 

Etapas do Processo

O consultor do Sebrae/PR, Adriano Pereira da Silva, explica que o caminho até o reconhecimento oficial envolve uma série de etapas. Desde a sensibilização dos produtores até o planejamento e fortalecimento do grupo envolvido, cada ação visa garantir que todos os requisitos sejam cumpridos para o pedido de IG, previsto para ser protocolado no INPI em maio de 2025.

Segundo Adriano, o impacto de uma Indicação Geográfica vai muito além do reconhecimento local: “A IG fortalece o vínculo do produto com a região, impulsiona o turismo e facilita investimentos. Em alguns casos, pode acarretar uma valorização de até 50% do valor do produto.” Estudos técnicos estão em andamento para definir se a IG será registrada como Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO), cada uma com características específicas que podem ser aplicadas ao caso da acerola de Pérola.

Expectativas para o Futuro

Com o apoio do Sebrae e instituições locais, os fruticultores de Pérola estão otimistas sobre o futuro da produção de acerola. A certificação de Indicação Geográfica, quando concedida, promete não só elevar o status do produto no mercado, mas também fortalecer a identidade da região como um importante polo de fruticultura no Paraná.

E, como Edson Pinguello conclui: “Estamos prontos para mostrar ao mundo a qualidade da nossa acerola. Esse é só o começo de um novo capítulo para a fruticultura em Pérola.”

Deixe um comentário

ARTIGOS RELACIONADOS