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IRRIGAÇÃO

Segurança hídrica: Estratégias para evitar rupturas em reservatórios de irrigação e danos ambientais

A importância do uso correto de geomembranas na construção de piscinões e os cuidados essenciais para garantir a integridade das estruturas e minimizar impactos ambientais.
Reservatório de irrigação de geomembranas. Foto: Divulgação.

O armazenamento de água para irrigação, tanto na produção agrícola quanto industrial, tem se tornado uma prática indispensável, especialmente diante das mudanças climáticas. Nos últimos dez anos, o uso de tanques, conhecidos como reservatórios Off Stream ou piscinões, cresceu consideravelmente. Essas estruturas permitem a captação de água durante períodos de cheia, armazenando-a para uso durante a estiagem, quando os cursos d’água diminuem significativamente.

Segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM, 2023), os piscinões são construídos parte em solo escavado e parte em solo aterrado. Sergio Costa, engenheiro civil e ambiental, mestre em geotecnia e geossintéticos, enfatiza a importância de um projeto bem elaborado, envolvendo uma equipe multidisciplinar e fundamentado nas melhores práticas da engenharia geotécnica.

“Dentre um dos pontos de atenção, destaco a escolha correta da geomembrana PEAD para a construção. As geomembranas atuam como elemento de barreira à passagem da água para o interior, para tanto é de extrema importância a escolha correta do fabricante”, explica o engenheiro.

A instalação correta dos tanques é crucial, pois a ruptura dessas estruturas pode causar danos ambientais e à propriedade, com impactos diretos e indiretos que podem perdurar por longos períodos. “Esse rompimento causa o carreamento de sedimentos para cursos hídricos, com aumento do nível de turbidez, além da erosão nos solos e a intervenção e destruição de Áreas de Preservação Permanente (APP)”, diz Costa.

As consequências não se limitam ao meio ambiente. Sanções como multas são aplicadas pelo poder público às propriedades responsáveis pelo piscinão, além das perdas na produção que podem inviabilizar o cultivo na área afetada por até dois anos. “Pontuamos ainda danos aos maquinários (tratores, pulverizadores, colheitadeiras) e pivôs para irrigação, gerados pela onda d’água formada pela gravidade e diferenças de cargas altimétricas”, acrescenta o especialista. Além dos danos diretos, há também impactos na infraestrutura local, como estradas, pontes, instalações agrícolas e outras áreas, cujos reparos são geralmente caros.

Para garantir a segurança dos reservatórios, é fundamental que o projeto seja conduzido por um engenheiro especialista em obras de terra, seguindo as melhores práticas da engenharia geotécnica. “Somente empresas capacitadas e profissionais altamente treinados, com base em estudos geotécnicos e hidrológicos, e com a utilização de geomembranas de qualidade, podem garantir a segurança desses reservatórios”, conclui Costa.

Em um cenário de mudanças climáticas e aumento da demanda por água, a segurança na instalação e manutenção de reservatórios de água para irrigação se torna não apenas uma medida preventiva, mas uma necessidade vital para a sustentabilidade da produção agrícola e industrial.

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