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CITRICULTURA

Citricultura em Goiás: Crescimento e desafios frente à ameaça do Greening

Especialista da Emater destaca expansão da produção de citros no estado e a importância de prevenir a doença que assola pomares brasileiros.
Lavoura de laranja. Foto: Divulgação.

No coração do Brasil, a citricultura em Goiás desponta como um setor em ascensão, impulsionado pelo clima favorável e pela crescente demanda nacional e internacional por frutas cítricas. Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o estado já figura entre os principais produtores do país, com uma produção de 172 mil toneladas de frutas cítricas em 2023, projetando um aumento para o próximo ano.

A expansão da citricultura em Goiás é um reflexo direto dos desafios enfrentados por outras regiões do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que têm visto uma redução na área plantada devido à disseminação da temida doença do greening. Esse declínio beneficiou Goiás, que viu um aumento significativo na área cultivada, impulsionado pela migração de produtores em busca de condições mais favoráveis.

José Luiz Pereira Lopes, coordenador regional Sudoeste da Emater, enfatiza: “A citricultura goiana cresce gradativamente. Houve um aumento de área cultivada devido à migração de produtores para o estado, pois as principais regiões da cultura enfrentam problemas na redução causada pelo greening. Além disso, temos clima favorável e bastante água para irrigação. A citricultura vai crescer de forma expressiva no estado.”

Apesar das promissoras projeções, José Luiz alerta para a ameaça iminente do greening, uma doença letal que afeta todas as plantas cítricas e não possui cura conhecida. Originada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp. e disseminada pelo inseto psilídeo (Diaphorina citri), o greening pode dizimar pomares inteiros, comprometendo não apenas a produção local, mas também representando um risco significativo para a economia agrícola de Goiás.

“A defesa agropecuária é crucial para evitar a entrada da doença em nosso estado. É fundamental que os produtores adquiram mudas apenas de viveiros certificados e com procedência comprovada. A compra de mudas sem acompanhamento fitossanitário representa um grave risco para toda a citricultura goiana”, adverte José Luiz.

Além das medidas preventivas, o coordenador sugere a implementação de ações educativas e de conscientização entre os produtores para fortalecer o controle do greening e garantir a sustentabilidade da citricultura em Goiás.

O cenário para a fruticultura no estado é promissor. Em apenas um ano, a produção de laranja aumentou significativamente, com uma área plantada que cresceu de 7,2 mil hectares para 7,4 mil hectares. Este crescimento resultou em uma produção de 160 mil toneladas de laranja, alcançando um valor de R$ 203,6 milhões, um crescimento de 28,6% em relação à safra anterior em 2023. A citricultura em Goiás também desempenha um papel crucial no mercado global, sendo o maior produtor e fornecedor de suco de laranja, abastecendo 75% da demanda mundial.

Para os próximos cinco anos, a expectativa é que a área plantada de citros em Goiás dobre, consolidando o estado como uma potência no setor. No entanto, a falta de mudas disponíveis para abastecer a demanda dos produtores representa um desafio significativo para o crescimento contínuo do setor.

Em suma, enquanto a citricultura em Goiás se expande e se fortalece, os desafios impostos pelo greening exigem uma abordagem proativa e colaborativa de todos os envolvidos no setor agrícola. A proteção dos pomares contra essa doença devastadora não é apenas uma necessidade, mas uma garantia para o futuro sustentável da produção de citros no estado.

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