A abóbora cabotiá, também conhecida por diversos nomes, como tetsukabuto, abóbora japonesa, moranga, é fruto de um cruzamento entre linhagens de moranga e abóbora. Este híbrido tem se destacado economicamente no Brasil, se estabeleceu como uma das hortaliças mais consumidas em todo o mundo. Suas características de versatilidade, alta produtividade e excelente conservação pós-colheita a tornam uma escolha preferencial para produtores e consumidores, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, devido à sua adaptação às condições locais
Embora seja cultivada em todo o país, o Brasil Central tem se destacado como um importante polo de produção e comercialização nos últimos anos. Regiões como Jaíba/Manga (MG), São Desidério (BA), Paracatu (MG) e Anápolis (GO) têm impulsionado esse segmento.
Minas Gerais se destaca como o maior produtor de abóbora Tetsukabuto, com cerca de 36 mil toneladas anuais e uma produtividade média de 15 toneladas por hectare.
Plantio e manejo adequados
O cultivo da abóbora requer cuidados específicos, que vão desde a escolha do local até o manejo adequado do solo. O plantio pode ser realizado durante todo o ano, priorizando períodos de alta temperatura e luminosidade, e evitando as épocas mais frias. O preparo do solo, com aração e gradagem, é essencial para garantir o desenvolvimento saudável das plantas.
Adubação e irrigação estratégicas
A adubação e a calagem devem ser feitas com base na análise do solo, visando a alcançar o pH ideal e garantir a nutrição adequada das plantas. Além disso, a irrigação regular é fundamental, especialmente durante períodos de escassez de chuva, para garantir o desenvolvimento e a produtividade das abóboras.
Controle fitossanitário e colheita
O controle de pragas e doenças é uma etapa crucial do manejo da cultura da abóbora, visando proteger as plantas e garantir a qualidade dos frutos. A colheita deve ser realizada no momento adequado, levando em consideração sinais de amadurecimento, como coloração, firmeza e textura da casca, para garantir a melhor qualidade dos produtos.
Para obter resultados ainda mais expressivos no cultivo da cabotiá, um estudo conduzido pelos engenheiros agrônomos Estenio Moreira Alves e Jéssica Lorraine Sales Silva, destacam a importância de um planejamento cuidadoso na propriedade, considerando o rápido ciclo de cultivo, que varia de 90 a 110 dias. Além disso, estratégias eficazes de armazenamento são essenciais para garantir a qualidade do produto e possibilitar vendas em maior escala.
De acordo com a pesquisa, o mercado local desempenha um papel significativo no sucesso dos agricultores familiares. A redução nos custos de transporte, proporcionada pelas características da abóbora cabotiá, confere maior competitividade à produção local, especialmente em áreas rurais.
A Takayama, uma variedade de cabotiá que se destaca como uma escolha popular entre os produtores e consumidores. Reconhecida por sua adaptabilidade às condições climáticas e de solo, facilidade de produção e excelente qualidade pós-colheita, é amplamente valorizada em todo o Brasil.
Jonatas Fonseca, representante técnico de uma empresa que vende a variedade Takayama, destaca os principais atributos, incluindo a qualidade da polpa, peso, rusticidade e resistência a doenças foliares. O cultivo bem-sucedido da Takayama é evidente em diferentes regiões do país, desde o Sudeste até Santa Catarina, onde produtores como, João Tobias, elogiam sua consistência e desempenho excepcional ao longo de décadas.
O segredo para o sucesso na produção e comercialização da abóbora cabotiá reside não apenas na escolha da variedade certa, mas também no conhecimento do mercado local, boas práticas agrícolas e estratégias eficazes de armazenamento. Com esses elementos combinados, os produtores podem expandir suas vendas e impulsionar a economia local, enquanto oferecem um produto de alta qualidade e valor aos consumidores.
O cultivo de abóboras é uma atividade que demanda conhecimento técnico e cuidado constante, mas os resultados são recompensadores. Com manejo adequado e atenção aos detalhes, é possível obter uma produção abundante e de alta qualidade, contribuindo para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável