Em um cenário desafiador, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lança o 5º Levantamento da Safra de Grãos, revelando uma estimativa de produção de 299,8 milhões de toneladas para 2023/24. Uma queda significativa de 6,3% em relação à safra anterior, alertando para desafios climáticos que impactam diretamente a produção agropecuária nacional
O comportamento climático adverso, sobretudo nas principais regiões produtoras de soja e milho, lança sombras sobre a produção, refletindo-se em perdas de produtividade desde o plantio. O atraso na semeadura da soja projeta consequências no plantio da segunda safra de milho, agravando ainda mais o cenário.
A produção de soja, estimada em 149,4 milhões de toneladas, sofre uma queda de 3,4% em relação à safra anterior. Fatores como o atraso nas chuvas e sua distribuição irregular comprometem o desempenho das lavouras nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba. A quebra inicialmente estimada em 7,8% destaca a magnitude do desafio enfrentado.
O milho também enfrenta uma redução expressiva, com uma queda de 18,2 milhões de toneladas, totalizando 113,7 milhões de toneladas. Condições adversas, como altas precipitações no Sul e baixas pluviosidades no Centro-Oeste, impactam significativamente a produção da primeira safra do grão.
A produção de feijão, influenciada por condições climáticas desfavoráveis, enfrenta desafios no plantio e ressemeaduras. Apesar do atraso na colheita da primeira safra, a Conab mantém a expectativa de uma safra de 2,97 milhões de toneladas.
O contexto do El Niño, embora tenha inicialmente afetado a lavoura do arroz, não gerou perdas significativas até o momento, com uma produção estimada em 10,8 milhões de toneladas, 7,6% superior à safra anterior. Destaque também para o algodão, prevendo um recorde na produção de 3,3 milhões de toneladas, impulsionado pelo aumento de área de plantio.
As culturas de inverno sinalizam uma recuperação na safra de trigo, estimada em 10,2 milhões de toneladas, com o plantio ganhando força nos próximos meses nos principais estados produtores.
No mercado internacional, ajustes nas estimativas de produção refletem em reduções nas exportações de soja e milho. O cenário favorável nos Estados Unidos contribui para uma oferta maior no mercado internacional. As exportações de arroz, milho e algodão também apresentam adaptações diante de variáveis econômicas e produtivas.
Diante desses desafios, o setor agropecuário brasileiro busca estratégias e adaptações para enfrentar um cenário climático imprevisível, reforçando a necessidade de políticas e práticas sustentáveis para garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento do agronegócio no país.
