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QUEIMADAS NO AGRO

Pastagens lideram estatísticas de queimadas em 2023

Monitor do fogo revela impacto significativo com 17 Milhões de hectares afetados, enfatizando necessidade de manejo responsável
Pará, recordista de focos de incêndio em 2023, viu um aumento de 39%. Foto: Divulgação

Em um cenário alarmante, as pastagens emergem como as áreas mais atingidas por queimadas em 2023, representando 28% do total de 17 milhões de hectares consumidos pelo fogo, conforme dados do Monitor do Fogo, iniciativa da rede MapBiomas Fogo em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Este preocupante cenário alerta para a urgência de práticas de manejo responsáveis.

Campos e formações savânicas do Cerrado seguiram como as segundas e terceiras categorias mais impactadas, totalizando 52% da área queimada no Brasil, equivalente a 9 milhões de hectares. As florestas, essenciais para o equilíbrio ecológico, também enfrentaram um considerável impacto, abrangendo 15% da área afetada.

Vera Arruda, pesquisadora do IPAM e responsável pelo Monitor do Fogo, destaca a necessidade de um manejo controlado das queimadas em áreas antrópicas, alertando que o uso inadequado pode resultar em incêndios florestais, prejudicando não apenas o meio ambiente, mas também comunidades inteiras que dependem dessas terras.

O aumento global da área queimada em 2023, 6% maior em relação a 2022, ressalta a magnitude do desafio. Com 17,3 milhões de hectares comprometidos, equivalente a 2% do território nacional, o Brasil testemunha um cenário que supera as fronteiras geográficas, ultrapassando países como Grécia, Inglaterra e Hungria.

A Amazônia, epicentro da biodiversidade brasileira, foi a região mais afetada, com 62% da área queimada e um aumento de 35,4% em relação ao ano anterior. O Cerrado, segundo bioma mais atingido, registrou um aumento de 29%, evidenciando a gravidade da situação. Em conjunto, Amazônia e Cerrado enfrentaram 91% das queimadas em 2023.

Ane Alencar, diretora de Ciência no IPAM e coordenadora da rede MapBiomas Fogo, destaca que o aumento da área queimada está intrinsecamente ligado às condições climáticas severas, como a seca na Amazônia, tornando a floresta mais suscetível aos incêndios.

Os números por estado revelam impactos expressivos. O Pará, recordista de focos de incêndio em 2023, viu um aumento de 39%, enquanto o Maranhão e Roraima enfrentaram desafios consideráveis, com áreas queimadas de 1,9 milhões e 1,4 milhões de hectares, respectivamente, ressaltando a urgência de ações preventivas e estratégias para conter a propagação do fogo.

Neste contexto, o desafio é claro: enfrentar a crescente ameaça de queimadas por meio de políticas eficazes, conscientização e práticas sustentáveis, preservando não apenas o patrimônio natural, mas também o equilíbrio vital entre homem e natureza.

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