O agronegócio no Norte do Brasil enfrenta um desafio crucial diante do avanço da mosca-da-carambola. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, nesta segunda-feira (20), a ampliação da quarentena para 25 municípios paraenses, um aumento significativo que abrange cerca de 17,3% das cidades no estado. O crescente número de casos dessa praga tem alarmado autoridades, colocando em xeque a produção agrícola e as exportações regionais.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, alerta que a disseminação da mosca-da-carambola representa um sério risco para o agronegócio local. “A presença dessa praga pode impactar as exportações, comprometer a qualidade dos produtos e desestabilizar o mercado regional, afetando diretamente a economia dessas áreas”, enfatiza Santin.
A medida adotada pelo governo federal inclui municípios em quarentena, onde a mosca-da-carambola foi identificada, bem como estabelece uma “zona tampão” em cidades próximas às áreas afetadas. Isso visa alertar as autoridades sobre o risco eminente da praga se espalhar, intensificando o controle e a prevenção da doença nessas regiões.
Em entrevista ao jornal, Janus Pablo Macedo, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), ressaltou o esforço da categoria, mas alertou para o déficit de pessoal. “Apesar de nossos esforços, a falta de recursos humanos torna-se evidente em momentos como esse, quando precisamos intensificar nossas ações de fiscalização para proteger a produção agrícola”, disse Macedo.
A mosca-da-carambola, cientificamente conhecida como Bactrocera carambolae, é uma praga que afeta diversas frutas, incluindo caju, pitanga, acerola e goiaba. Desde que foi identificada pela primeira vez no Brasil, em 1996, a praga permaneceu restrita aos estados do Pará, Roraima e Amapá.
“A presença da mosca-da-carambola não apenas causa danos à produção local, mas também restringe o transporte de frutas entre estados, impactando negativamente a economia e o abastecimento de mercados locais e nacionais”, alerta Macedo.
A praga ataca as frutas ao perfurá-las e depositar seus ovos, resultando em danos à polpa da fruta e sua rápida deterioração. O cenário atual requer medidas rigorosas para conter a disseminação da praga, protegendo não apenas a produção agrícola, mas também garantindo a segurança alimentar da população.