O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou um alerta fitossanitário declarando estado de emergência contra a praga da mosca-da-carambola nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. Essa medida, com validade de um ano, tem como objetivo evitar a disseminação e minimizar os danos potenciais que essa praga pode causar ao setor.
Ações concretas para lidar com essa emergência serão definidas por meio de um ato do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Enquanto isso, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa já está ativa, delimitando a área de quarentena no Pará e revisando os procedimentos de controle por meio da Instrução Normativa nº 28/2017.
A mosca-da-carambola representa uma ameaça significativa à fruticultura brasileira, afetando não apenas as áreas já infestadas nos estados citados, mas também colocando em risco a expansão e estabilidade dos mercados de exportação de frutas do país.
O programa liderado pelo Mapa tem como objetivo a erradicação dessa praga, coordenando esforços nos estados onde ela já está presente e monitorando áreas sem ocorrência em todo o território nacional. No entanto, fatores como o aumento do fluxo migratório, especialmente de países onde a praga já é presente, bem como o comércio interno de frutas e as condições favoráveis ao estabelecimento da praga, têm contribuído para o aumento das infestações nos estados do Pará e Roraima.
Em abril deste ano, Roraima foi declarada como área sob quarentena, o que proíbe o trânsito de frutos hospedeiros da praga para outros estados. A mosca-da-carambola não afeta apenas a carambola, mas também outras frutas como goiaba, acerola, tangerina, caju e pitanga.
No Pará, novos focos da praga foram detectados nos municípios de Oriximiná e Terra Santa, em uma região com grande movimento de pessoas e mercadorias, gerando um risco iminente de disseminação para outras unidades federativas sem ocorrência da praga, incluindo importantes polos frutícolas do país.
No estado do Amazonas, mesmo sem ocorrência direta da praga, a situação de emergência foi decretada devido aos focos detectados na região fronteiriça com o Pará e ao intenso fluxo de pessoas e produtos provenientes de Roraima.
“A presença da mosca-da-carambola impacta diretamente a economia local e pode comprometer até mesmo as exportações em nível nacional, já que os produtores ficam impedidos de transportar as mercadorias entre os estados”, destaca o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Pablo Macedo, entidade que representa nacionalmente a carreira.